IV. O que nos torna
humanos?
Apenas olhando seu
DNA, você não saberá -- o genoma humano é 99% idêntico ao de um chimpanzé e 50%
ao de uma banana. No entanto, temos um cérebro maior que a maioria dos animais
– não o maior, mas com três vezes mais neurônios que o de um gorila (86 bilhões
para ser exato). Muitas coisas que antes considerávamos características nossas
– a linguagem, o uso de ferramentas, reconhecer-se no espelho – são encontradas
em outros animais. Talvez seja a nossa cultura – e suas conseqüências em nossos
genes (e vice-versa) – que faça a diferença. Os cientistas acreditam que
cozinhar e dominar o fogo podem ter nos ajudado a desenvolver cérebros maiores.
Mas é possível que nossa capacidade de cooperação e troca de habilidades seja o
que realmente faz da Terra um planeta de humanos, e não de macacos.
V. O que é a
consciência?
Ainda não temos
realmente certeza. Sabemos que tem a ver com diferentes regiões do cérebro
ligadas em rede, mais que uma única parte do cérebro. Há uma teoria de que se
descobrirmos que partes do cérebro estão envolvidas e como funciona o circuito
neural, descobriremos como surge a consciência, algo em que a inteligência
artificial e tentativas de construir um cérebro neurônio por neurônio poderão
ajudar. A questão mais difícil e mais filosófica é por que alguma coisa deve
ser consciente. Uma boa sugestão é que, ao integrar e processar muita
informação, além de focalizar e bloquear, em vez de reagir aos estímulos
sensoriais que nos bombardeiam, podemos distinguir entre o que é real e o que
não é e imaginar diversos cenários futuros que nos ajudem a adaptar-nos e a
sobreviver.
VI. Por que
sonhamos?
Passamos cerca de
um terço de nossas vidas dormindo. Considerando quanto tempo passamos fazendo
isso, você poderia pensar que sabemos tudo a respeito. Mas os cientistas ainda
buscam uma explicação completa de por que dormimos e sonhamos. Seguidores das
opiniões de Sigmund Freud acreditavam que os sonhos são expressões de desejos
não realizados – muitas vezes sexuais –, enquanto outros se perguntam se os
sonhos são alguma coisa além de disparos aleatórios do cérebro adormecido.
Estudos com animais e os progressos em imagens do cérebro nos levaram a uma
compreensão mais complexa, que sugere que sonhar pode ter um papel na memória,
no aprendizado e nas emoções. Os ratos, por exemplo, repetem em sonhos suas
experiências da vigília, o que aparentemente os ajuda a solucionar tarefas
complexas como percorrer labirintos.
Fontes: Carta
Capital, The Observer
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