Numa
entrevista onde o “mediador” (involuntariamente) acabou roubando a cena e se destacando por ter
que repreende-lo (educadamente) em diversas oportunidades, no sentido de evitar
o floreio verbal (vulgo “enchimento de lingüiça”) atendo-se à objetividade nas
respostas, o governador do Ceará, Cid Gomes, foi a estrela do programa “Roda
Viva”, da TV Cultura, em 23.09.13.
Ainda
assim, algumas inconfidências puderam ser “pinçadas” pelo telespectador, a
saber:
a)
o irmão mais velho, Ciro Gomes é o seu ícone, seu rumo, seu norte, sua bússola,
sua referência maior (expressões por ele usadas), donde podemos concluir que
exerce, sim, ascendência sobre ele e o seu governo (a propósito, lembram que o
Ciro Gomes disse aí no Crato, que o polêmico, desnecessário e milionário
Aquarius, seria construído, sim, porque ele assim o queria ???);
b)
Cid Gomes literalmente calou-se, perdeu a pose e exibiu aquele sorriso amarelo
da criança que é pega praticando uma travessura, ao ser questionado sobre o “porquê”
de na ilha de prosperidade que é o Ceará, o IDH ser apenas o 16º do país, num
universo de 26 estados da federação (para os menos avisados, IDH, ou Índice de
Desenvolvimento Humano, é a medida que serve como referencia do padrão de vida
das pessoas, com base na expectativa de vida, educação e PIB per capita); pois
bem, sem saída, limitou-se a balbuciar que “nem tudo acontece como a gente quer”,
num reconhecimento explícito de que o seu governo não tá com essa bola toda;
c) dizendo-se “praticamente expulso” do PSB,
via “tratamento desrespeitoso” do seu presidente, Eduardo Campos, alfinetou que
no seu entender este não será candidato à Presidência da República, nas
próximas eleições, apesar da rasgação de seda a respeito, por parte do partido
e da mídia;
d) instado a expressar-se sobre se tinha
planos de mais à frente concorrer à Presidência da República (em 1918), meio
que involuntariamente deu a “senha”: Ciro Gomes é o “candidato natural”, na
perspectiva de alguém da família candidatar-se à “presidência”, num futuro
qualquer; donde podemos concluir que o “aluguel” do PROS pelos Ferreira Gomes tem
um objetivo maior e de prazo mais elástico: apoderar-se do partido daqui a
pouco e a partir daí tentar alavancar a candidatura do teimoso “messias” Ciro
Gomes, porquanto com tempo de televisão e fundo partidário garantidos pela
adesão de todo o grupo político; além do que, uma leva de agremiações nanicas
certamente com ele cerrará fileiras.
Portanto, Ciro Gomes será, sim (de novo,
outra vez, novamente), candidato à Presidência da República, em 1918 (mesmo que
por um partido que no nascedouro não tem qualquer linha programático-ideológica).
Alguém duvida ???
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