Para os “analfas” da vida (como o encimado), para
que alguém se credencie a integrar a corte maior do país (Supremo Tribunal
Federal), necessário que, além do douto saber (conhecimento técnico
específico), seja dotado de sensatez, discernimento, prudência, responsabilidade
e parcimônia na hora de julgar e expressar-se, fazendo-o de forma clara e
cristalina sobre as diversas demandas jurídicas que lhe chegam às mãos.
Lamentavelmente, entretanto, por aqui o “poder
econômico” e o “poder político” continuam a interferir no “poder judiciário”. Assim,
tornou-se recorrente a Polícia Federal investigar, o Ministério Público
oferecer denúncia e o Poder Judiciário “bater fofo” na hora H, especialmente se
o alvo da ação for alguém “com bala na agulha” (muita grana).
Quem não lembra, por exemplo, que num passado não
tão distante, o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello mandou soltar o bandido
Alberto Caciolla, que houvera dado um monumental “cano” (rombo) no mercado
financeiro, ao tempo em que sugeriu que, se fosse ele (já que tinha cidadania
italiana), se mandaria para Itália. Obediente,
foi o que fez o marginal, dia seguinte.
Já o também ministro do Supremo, Carlos Veloso (hoje aposentado), mandou
soltar o Paulo Salim Maluf e o filho Flávio Maluf, que haviam sido pegos com a
mão na botija. Indagado sobre quais razões para fazê-lo, Sua Excelência
candidamente disse que, teve “pena” de ver pai e filho presos, juntos. E o Maluf, como se sabe, até hoje não pode ir ao
exterior, já que procurado pela Interpol (e não teve sentença final
condenatória e como tem mais de 70 anos, sua pena, se houver, prescreverá em
2014).
Mais recentemente, o arrogante ministro Gilmar Mendes, na condição de
presidente do Supremo Tribunal Federal, desmoralizou publicamente o Juiz
Federal Fausto de Sanctis, ao mandar soltar (em duas ocasiões) o maior bandido
do Brasil, Daniel Valente Dantas, que houvera sido trancafiado por determinação
do juiz em apreço (por roubo). E o Daniel Dantas, que junto com Maluf é um dos quatro
brasileiros a constar na lista do banco Mundial como responsável por lavagem de
dinheiro e desvios milionários, muito provavelmente deve estar operando novas
maldades. Já o seu denunciante, delegado Protógenes, passou por maus momentos.
Agora, o recém nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori
Zavascki, depois de ordenar que todos os inquéritos e ações penais da Operação
Lava-Jato (assim como os mandados de prisão), fossem suspensos, reconhece
ter-se precipitado e volta atrás, desdizendo o que dissera antes. Só que com um
“pequeno detalhe”: o marginal-mór, o chefão de todo o esquema, aquele que
comprovadamente meteu com vontade as duas mãos no erário público, senhor Paulo
Roberto Costa (que estranhamente fora liberado, sozinho) não voltará à prisão.
Continuará livre, leve e solto, provavelmente destruindo possíveis provas e,
quem sabe, arquitetando uma previsível fuga do país.
Afinal, a “senha” já lhe foi apresentada: “VOA, PASSARINHO, VOA”, se
possível pra bem distante daqui (ou alguém já esqueceu que o PC Farias, todo
poderoso tesoureiro do Collor de Mello, foi bater na Tailândia ???).
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