As semelhanças simbólicas são reais nos dias de hoje e nas
decisões eleitorais que tomaremos nos próximos dias. E tomaremos tais decisões em
relação a governadores e à Presidência da República. As semelhanças são com a
dicotomia logo após a Revolução de Trinta que impregnava o debate político não
apenas aqui no Brasil. Era o debate entre esquerda e direita.
Um debate agudizado por posições extremadas advindas de
tempos difíceis que no desespero levavam a soluções autoritárias como na União
Soviética e no Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Mas não excluamos o que
acontecia de conservadorismo de direita exacerbada na Inglaterra (um rei que
veio abdicar que era simpático a Hitler) e na França.
No debate agudo tudo se resumia a Fascismo e Comunismo. No
entanto é preciso que ao descer ao íntimo dessas coisas perceba-se que aí vai encontrar
forças políticas que jogam de um lado e outro nem sempre com arraigada
convicção ideológica. E isso por que?
É que o sectarismo ideológico é músculo apenas, enquanto a realidade
é inteligência e capacidade de construir algo mesmo diante de contradições. De
qualquer modo o debate continua superando impregnações de modo que é sempre
possível que se observe o campo das ideias como mais do que um cérebro ou um
corpo. As ideias são construções de muitos e refletem como este coletivo sofre,
interpreta e procura interagir com a realidade.
Há muito que saí da minha terra e do meu lugar. Aquele
bairro que se formava virou uma grande aglomeração. Uma aglomeração muito
diferente da que vivi, e vivi em cada casa, em cada rua, como se vive um lugar.
A diferença deve ser muito grande em quantidade, mas a qualidade do povo e de
suas necessidades continua uma questão a ser superada. Superada pela vontade
deste povo e o seu primeiro passo é o voto. O voto no lado simbólico que lhe
cabe.
Agora pegando o lema dos Integralistas naqueles tempos
remotos: “Deus, Pátria e Família”. É o lado autoritário e conservador de ser:
pensa em Deus não como o criador, mas o feitor, o capitão do mato de todos os
trabalhadores. Pensa na Pátria não como a união de nordestinos a todas as
regiões, mas como a República Piratininga que submete todos a sua vontade.
Pensa na família não como nossas raízes afetivas e genéticas, pensa nas
famílias poderosas que precisam se unir para controlar a gentinha sem
hereditariedade ducal.
Pão, terra e liberdade. Pensa no Pão porque a fome é o
primeiro passo a ser superado para que se tenha um tempo neste mundo. Pensa na
terra porque é nela que se realiza a vida na sua unidade familiar, na duração
histórica e na identidade cultural (eita nós, os nordestino). E pensa na
Liberdade porque esta é a raiz de tudo, especialmente da juventude e sua
capacidade de incomodar o banquete dos bem postos.
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