Pronto. Gilmar Mendes seguiu o inusitado a ele esperado e
aprovou, com ressalvas, as contas da Campanha de Dilma Roussef. O mesmo destino
será dado às contas das demais campanhas. A lava jato vai continuar. A mídia
paquidérmica continuará ansiosa por dinheiro e atacar o governo para daí
extrair sua imensa fome.
Mas de fato o processo vai continuar. Qual seja transformar
o Brasil numa grande economia capitalista, que implica nos modelos vigentes até
agora, a uma grande sociedade de consumo, quando as rendas e salários da maior
parte da população impulsiona o modelo concentrador e ao mesmo tempo
expansionista. E as minorias privilegiadas continuarão com suas bandeiras se
opondo.
Como o futuro é do capitalismo estas bandeiras “opositoras
de natureza minoritária” estão na contra mão do curso adiante. Por isso são
identificados por várias classificações: reacionários, conservadores, etc. A
regressão e aversão ao popular é uma natureza inerente de certo tipo de posição
política.
Apenas para lembrar quando o voto é facultativo desde os 16
e obrigatório para todo brasileiro até certa idade. Hoje o universo de pessoas
de 16 anos e mais são eleitores legítimos. Elegem seus governantes.
Mas nem sempre foi assim. Muitas pessoas não tinham o
direito ao voto, ainda nos anos 30 as mulheres não podiam votar, inclusive
analfabetos, militares de baixa patente e assim o colégio eleitoral era uma
minoria. Para lembrar: nas eleições de 1950, disputadas para os cargos de
Presidente, com Getúlio Vargas, Cristiano Machado e Eduardo Gomes, apenas 21,76%
da população brasileira tinha direito ao voto.
Nos territórios o colégio eleitoral no máximo chegava a 10%
da população e o mais alto era o do Distrito Federal (cidade do Rio de Janeiro)
com 34,5% da população com direito ao voto. O poderoso estado de São Paulo
chegava a 22%, havia o interior enorme e rural. Em Pernambuco, um dos estados
mais avançados politicamente do Nordeste, a situação dos camponeses era um
desastre de modo que os eleitores correspondiam apenas a 13% da população.
Agora um quadro deste tem outros detalhes. Numa sociedade semi-rural como éramos, imaginem a dificuldade
de fazer chegar o eleitor até a boca da urna. Resultado: apenas 72% dos
eleitores válidos compareceram às eleições em 1950. Enfim em 1950 elegeram os
nossos governantes apenas 15% da população brasileira. Hoje o eleitorado
representa mais de 70% da população total.
O nosso cratinho de açúcar era um primor de colégio
eleitoral. Quem examinar o número de eleitores nas eleições gerais de 1954 e
1955 ficará perplexo com o s números encontrados. Crato, em 1955, apenas tinha
13.036 eleitores. É bom salientar que falamos em zonas eleitorais e, portanto,
municípios menores poderiam agrupar outras populações como Tauá que tinha
naquele ano 13.595 eleitores. O nosso Juazeiro do Norte não ficava atrás: tinha
apenas 9.396 eleitores.
Talvez estes dados expliquem alguns aspectos seletivos e
conservadores que permeiam a sociedade geração após a outra.
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