21 de janeiro de 2015. Passaram-se 222 anos.
A cabeça de Luiz XVI, decepada
pela guilhotina, é levantada pelo verdugo Sanson para a multidão que a vendo
grita: Viva a Revolução. Viva a República.
Não fora a primeira vez que uma
multidão, dentro de um processo político, julgou e determinou a pena capital
para um rei. A Inglaterra havia feito o mesmo, mas a morte de Luiz XVI é um
momento da história em que tudo muda.
Na França, mais claramente, o processo político do
desenvolvimento da burguesia e da classe operária (e do povo em geral) se
evidenciou. A burguesia que já havia conquistado a economia e o Estado na
Revolução Inglesa e Americana, ali na Revolução Francesa os conquista, criando
todas as instituições que darão ares de civilização ao seu futuro político. Os
códigos napoleônicos entre eles.
E por qual razão tantos filmes, peças, romances, ensaios,
discurso e uma choramingação de saudosista sobre a ordem Monárquica e aquele
momento em que a guilhotina separou cabeça e corpo de Luiz XVI?
É que ali, considerando algumas imprecisões históricas, o
Jacobinismo se aproximava tanto da base popular, não burguesa, que na Revolução
Francesa surgiu um novo fenômeno político que constituiu na grande contradição
do capitalismo. Ali começava a nova luta de classes tendo a burguesia como
protagonista.
Naquele ato de mais de duzentos anos passados, o exercício político
perdia uma instituição central de muitas centenas de anos: a descendência
familiar do poder. Mesmo que oligarquias persistam, que famílias patrimonialistas
como os Sarney, os Kennedys, Bush, dinastias e outras mais, cursem de pai para
filho, a verdade é que, centralmente, a genética não é mais o coração da
transmissão do poder.
Não se pode esquecer que a transição do poder dentro das
famílias ainda é marcante na nossa realidade, como Tasso Jereissati filho de
Carlos; Samuel filho de Ossian; Roseane filha de Sarney, Artur Virgílio filho
de Artur Virgílio e são muitos os exemplos. Mesmo assim esta transição é
negociada e representa o poder econômico das famílias burguesas.
Mas definitivamente não representam a gênese divina do
poder. E por sinal, no dia 21 de janeiro de 1901 morreu a Rainha Vitória da
Inglaterra (a última figura da realeza britânica que realmente detinha poder).
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