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sexta-feira, 1 de maio de 2015

QUAL O SIGNIFICADO DO PRIMEIRO DE MAIO? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Foi um Judeu que deu outra interpretação ao trabalho. Na matriz religiosa judaica o trabalho fora um castigo do Criador ao homem. Que já nascera com todos os atributos e por isso “no suor do teu rosto comerás o teu pão...”

Engels, tomando a teoria evolucionista de Darwin para compreender a diferenciação do trabalho como a matriz do ser humano, teorizou sobre o papel daquele no desenvolvimento físico e intelectual desse. O homem é fruto do trabalho não é um exagero de se dizer a respeito desta visão.

Acontece que Engels, assim como Karl Marx viveram as consequências da Revolução Francesa que definitivamente desmontou a velha ordem ocidental. Quando o capitalismo se organiza, a industrialização avança, a navegação cria o sistema mundial de comércio e definitivamente se estabelece a equação capital e trabalho.

Agora o trabalho não apenas cria o homem como o liberta da exploração social do mesmo. É que a distribuição humana em classes sociais, que se diferenciam pelo poder de apropriação do produto do trabalho, gera uma contradição no modelo de economia capitalista que aponta para a revolução libertadora das classes.

O século onde toda a consciência de classe evoluiu nos trabalhadores foi o XIX e princípio do XX. Se a Revolução Francesa foi da classe burguesa sobre a velha ordem aristocrática, a Revolução Russa seria a classe operária sobre a ordem burguesa do capitalismo.

O dia do trabalho na maioria do mundo é comemorado no 1º de Maio rememorando a luta de operários americanos pela jornada de 8 horas de trabalho. A repressão policial aos operários americanos naquele tempo, caracteriza o primeiro de maio como a luta do operariado contra a ganância da classe burguesa ávida por mais lucro.

Daí nasceu o princípio dos direitos universais dos trabalhadores que resultaram nos direitos sociais e, claro, sobre a base dos direitos humanos já conformados com a Revolução Francesa. Em outras palavras, numa sociedade livre e democrática, o capital pode jogar sua liberdade até as margens do direito do trabalho à dignidade e à liberdade.

Portanto, nada é mais temático para um primeiro de maio do que a manifestação dos trabalhadores, por meio de seus sindicatos, contra a terceirização de atividades fins como manobra patronal para reduzir direitos trabalhistas. Este é o sentido das coisas.


Vivemos, como antes, a luta de classes e esta é uma dinâmica contínua e acumulativa até o limite de uma sociedade em que as classes cessem. Em que o progresso é contingente à natureza e aos efeitos causados pelo consumo de seus recursos. 

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