Foi um Judeu que deu outra interpretação ao trabalho. Na
matriz religiosa judaica o trabalho fora um castigo do Criador ao homem. Que já
nascera com todos os atributos e por isso “no
suor do teu rosto comerás o teu pão...”
Engels, tomando a teoria evolucionista de Darwin para
compreender a diferenciação do trabalho como a matriz do ser humano, teorizou
sobre o papel daquele no desenvolvimento físico e intelectual desse. O homem é
fruto do trabalho não é um exagero de se dizer a respeito desta visão.
Acontece que Engels, assim como Karl Marx viveram as
consequências da Revolução Francesa que definitivamente desmontou a velha ordem
ocidental. Quando o capitalismo se organiza, a industrialização avança, a
navegação cria o sistema mundial de comércio e definitivamente se estabelece a
equação capital e trabalho.
Agora o trabalho não apenas cria o homem como o liberta da
exploração social do mesmo. É que a distribuição humana em classes sociais, que
se diferenciam pelo poder de apropriação do produto do trabalho, gera uma
contradição no modelo de economia capitalista que aponta para a revolução
libertadora das classes.
O século onde toda a consciência de classe evoluiu nos
trabalhadores foi o XIX e princípio do XX. Se a Revolução Francesa foi da
classe burguesa sobre a velha ordem aristocrática, a Revolução Russa seria a
classe operária sobre a ordem burguesa do capitalismo.
O dia do trabalho na maioria do mundo é comemorado no 1º de
Maio rememorando a luta de operários americanos pela jornada de 8 horas de
trabalho. A repressão policial aos operários americanos naquele tempo, caracteriza
o primeiro de maio como a luta do operariado contra a ganância da classe
burguesa ávida por mais lucro.
Daí nasceu o princípio dos direitos universais dos
trabalhadores que resultaram nos direitos sociais e, claro, sobre a base dos
direitos humanos já conformados com a Revolução Francesa. Em outras palavras,
numa sociedade livre e democrática, o capital pode jogar sua liberdade até as
margens do direito do trabalho à dignidade e à liberdade.
Portanto, nada é mais temático para um primeiro de maio do
que a manifestação dos trabalhadores, por meio de seus sindicatos, contra a
terceirização de atividades fins como manobra patronal para reduzir direitos
trabalhistas. Este é o sentido das coisas.
Vivemos, como antes, a luta de classes e esta é uma dinâmica
contínua e acumulativa até o limite de uma sociedade em que as classes cessem.
Em que o progresso é contingente à natureza e aos efeitos causados pelo consumo
de seus recursos.
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