Parábola.
Neste
amálgama de tantas contradições,
Quando
alguém enuncia uma parábola:
Onde se
encontram as virtudes e os senões?
Os frutos
que alimentam e os que envenenam?
E os
machados que juntos às raízes ameaçam?
As árvores
conforme os vaticínios de Deus,
Serão
lenhadas e outras frutificarão na nova era.
E quando a
parábola se anunciou logo os ímpios,
Correm a
buscar aqueles que julgavam maus frutos.
A disparar
balas sobre os corpos negros dos haitianos,
A lanhar as
carnes vivas do transformista crucificado,
Levantando
os malfeitos dos seus vizinhos petistas,
Buscando as
falcatruas das mulheres que abortam,
Lançando a
primeira pedra nos desejos carnais das mulheres,
Linchando os
gatunos agarrados com o celular subtraído,
Levando para
o mais profundo porão os delinquentes infantis,
Levantando o
dedo acusador para tudo aquilo que, afinal, gera frutos.
A parábola
dos frutos bons e maus desperta a fúria insana dos coletores,
Ao invés de
aproximar, assemelhar, pode antecipar a confusão existente,
Incapaz de transformar
o espírito despreparado para sua compreensão.
Ainda mais
quando aquele que enunciou a parábola diz:
Aos ricos: “O que tem duas túnicas deve compartilhar com
quem não tem nenhuma, aquele que tiver alimento deve fazer o mesmo”.
Aos
coletores de impostos: “Não cobrai nada
além daquilo que foi estabelecido para vós cobrardes”.
Para os
soldados: “Não intimidai, não chantageai
e contentai-vos com vossos salários”.
E há dois
mil anos, como agora, o anunciante de tais ideias teve a cabeça cortada. Mas seu
algoz, amedrontado, teve o castigo de ser exilado do seu povo.
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