SEXO SEM NATALIDADE
Como dantes, nunca se ouviu tantas vezes que antes se viu
algo igual, os indivíduos mudam como se transforma a demografia. Redução
vertiginosa da fertilidade, envelhecimento da população, urbanização universal
e articulação global.
O eixo da fertilidade é o sexo, que é o eixo do amor, mesmo
aquele dito de todos a favor de todos. E agora o que teremos? Grandes
implicações em tudo que é indivíduo e coletivo: gênero, personalidade, moral,
família, sociedade e conteúdo do projeto de futuro (filosofia).
O sexo que sempre esteve associado ao desejo, já se encontra
codificado como mercadoria e consumo. Todos os símbolos se tornaram meios de
venda. E mais do que nunca o sexo, sem natalidade, se encontra robustecido pelas
marcas do lazer (prazer).
Como produto pós-biológico, o sexo é conduzido socialmente
como conquista sem barreiras de gênero, de raça, de idade, posição econômica
(ou para alcança-la) e sobretudo como estética aquisitiva para exposição
pública (especialmente de belas espécimes do sexo feminino).
Por isso se ultrapassaram, por meios químicos, os limites de
idade e se fabricam parafernália de brinquedos, cremes, vestimentas, luzes e
assim continua para puro sexo como diversão. Sem natalidade. Ou seja, sexo sem
história a ser feita.
Assim como se tornaram toscos os efeitos especiais dos
filmes dos anos 80 diante da computação gráfica, os brinquedos e bonecos de
sexo estão se aperfeiçoando. Já há quem diga, como o futurólogo Ian Pearson (blog
Opera Mundi) que “o sexo
virtual e o sexo com robôs superarão as relações íntimas entre humanos. ”
No
fundo o que temos é construção filosófica da sociedade de consumo,
especialmente aquela de base tecnológica, retirando a relação corpo a corpo
entre as pessoas. O que falta esclarecer é o quanto a exclusão do corpo pode
nos fazer mais humanos, espiritualizados e mentalmente aceitáveis.
A
rigor a filosofia destas fontes tem o forte desejo de, com um aperto de botão,
sumir com o corpo para uma ambiência que chamam de virtual, mas que não passa
de meras gravações e interações sobre estas gravações.
E
retornemos a outras fontes filosóficas: a memória (gravação) não explica toda a
nossa humanidade. Ela é parte não o todo.
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