TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 21 de abril de 2016

PRESIDENTA DILMA NA ONU - José Nílton Mariano Saraiva




Após a imprensa internacional repercutir a tentativa em andamento de um golpe parlamentar no Brasil (via Congresso Nacional), objetivando castrar o mandato de uma Presidenta da República democraticamente eleita por quase 55 milhões de votos, causou profundo mal estar entre alguns membros do Supremo Tribunal Federal a corajosa decisão de Dilma Rousseff de denunciar, viva voz, no plenário da ONU - Organização das Nações Unidas (onde têm assento cerca de 200 países), a conspiração que tenta destituí-la ilegalmente da Presidência da República (falta o Senado “bater o martelo”).


Tal indignação seletiva das “excelências” do STF decorre do fato de que a fala da Presidenta da República naquela seleta corte explicitará e mostrará ao mundo, de maneira honesta, madura e pensada, que a porção podre do Poder Judiciário brasileiro, via Supremo Tribunal Federal, funcionou e funciona como copartícipe da conspiração golpista em andamento. Tanto “sentiram o golpe” que, sem nenhum escrúpulo ou parcimônia, desde já se valem da TV para um “aviso” de futuras retaliações.


No entanto, a verdade é que dentre as inúmeras arbitrariedades praticadas em desrespeito à Constituição Federal por parte de agentes do Judiciário (desde a época do tal “mensalão”), agora, numa situação extremamente grave, pelo menos em duas ocasiões distintas e decisivas aquela corte literalmente chancelou (sub-repticiamente) os atos praticados pelos patrocinadores do tal movimento golpista, a saber: primeiro, ao ignorar que a mandatária maior do nosso país não cometeu nenhum crime de responsabilidade no exercício da sua gestão e, portanto, não pode ser substituída por quem não foi eleito, via voto popular (se acontecer a assunção do “vice-sem-voto” e citado em diversas delações, será a inconstitucionalidade vicejando perigosamente); depois, quando, por conveniência, conivência ou covardia, aquela corte não se manifestou em nenhum momento sobre a absurda situação de termos tido um réu da justiça e desafeto de Dilma Rousseff (o mafioso presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha) presidindo uma plenária com o objetivo único de julgar a Presidenta da República, apesar das comprometedoras e comprovadas denúncias envolvendo-o, ofertadas pela Procuradoria Geral da República desde o ano passado (e como já decorreram 160 dias sem que suas “excelências” do STF se pronunciem, só falta mesmo o distinto ser absolvido pelos “relevantes serviços prestados”; isso se algum dia for julgado por aquela corte).


Merece, pois, todo o apoio, solidariedade e respeito, a decisão histórica da Presidenta da República em romper fronteiras para anunciar, além mares, que a criminosa tentativa de golpe gestada no Brasil dos dias atuais tem como um dos seus pilares de sustentação aquele que deveria ser o “guardião” da Constituição Federal, o Supremo Tribunal Federal (hoje um poder inquestionavelmente corrompido).



Se, ainda assim, vingar o golpe, a história não terá como deixar de registrar para a posteridade e de maneira fúnebre: que, em 2016, num país chamado Brasil (que tinha tudo pra transformar-se numa potência mundial), tanques e bazucas (os militares) foram substituídos pela junção de uma mídia desonesta + parlamentares corruptos + togados do Supremo Tribunal Federal, no prematuro assassinato da Democracia, conquistada com tanto esforço e luta.


Lamentavelmente, vivenciamos, sim, uma “poderosa” conspiração jurídico-político e midiática. Cuidemo-nos, o caos se aproxima. 

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