Após
a imprensa internacional repercutir a tentativa em andamento de um
golpe parlamentar no Brasil (via Congresso Nacional), objetivando
castrar o mandato de uma Presidenta da República democraticamente
eleita por quase 55 milhões de votos, causou profundo mal estar
entre alguns membros do Supremo Tribunal Federal a corajosa decisão
de Dilma Rousseff de denunciar, viva voz, no plenário da ONU -
Organização das Nações Unidas (onde têm assento cerca de 200
países), a conspiração que tenta destituí-la ilegalmente da
Presidência da República (falta o Senado “bater o martelo”).
Tal
indignação seletiva das “excelências” do STF decorre do fato
de que a fala da Presidenta da República naquela seleta corte
explicitará e mostrará ao mundo, de maneira honesta, madura e
pensada, que a porção podre do Poder Judiciário brasileiro, via
Supremo Tribunal Federal, funcionou e funciona como copartícipe da
conspiração golpista em andamento. Tanto “sentiram o golpe”
que, sem nenhum escrúpulo ou parcimônia, desde já se valem da TV
para um “aviso” de futuras retaliações.
No
entanto, a verdade é que dentre as inúmeras arbitrariedades
praticadas em desrespeito à Constituição Federal por parte de
agentes do Judiciário (desde a época do tal “mensalão”),
agora, numa situação extremamente grave, pelo menos em duas
ocasiões distintas e decisivas aquela corte literalmente chancelou
(sub-repticiamente) os atos praticados pelos patrocinadores do tal
movimento golpista, a saber: primeiro, ao ignorar que a mandatária
maior do nosso país não cometeu nenhum crime de responsabilidade no
exercício da sua gestão e, portanto, não pode ser substituída por
quem não foi eleito, via voto popular (se acontecer a assunção do
“vice-sem-voto” e citado em diversas delações, será a
inconstitucionalidade vicejando perigosamente); depois, quando, por
conveniência, conivência ou covardia, aquela corte não se
manifestou em nenhum momento sobre a absurda situação de termos
tido um réu da justiça e desafeto de Dilma Rousseff (o mafioso
presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha) presidindo uma plenária
com o objetivo único de julgar a Presidenta da República, apesar
das comprometedoras e comprovadas denúncias envolvendo-o, ofertadas
pela Procuradoria Geral da República desde o ano passado (e como já
decorreram 160 dias sem que suas “excelências” do STF se
pronunciem, só falta mesmo o distinto ser absolvido pelos
“relevantes serviços prestados”; isso se algum dia for julgado
por aquela corte).
Merece,
pois, todo o apoio, solidariedade e respeito, a decisão histórica
da Presidenta da República em romper fronteiras para anunciar, além
mares, que a criminosa tentativa de golpe gestada no Brasil dos dias
atuais tem como um dos seus pilares de sustentação aquele que
deveria ser o “guardião” da Constituição Federal, o Supremo
Tribunal Federal (hoje um poder inquestionavelmente corrompido).
Se,
ainda assim, vingar o golpe, a história não terá como deixar de
registrar para a posteridade e de maneira fúnebre: que, em 2016, num
país chamado Brasil (que tinha tudo pra transformar-se numa potência
mundial), tanques e bazucas (os militares) foram substituídos pela
junção de uma mídia desonesta + parlamentares corruptos + togados
do Supremo Tribunal Federal, no prematuro assassinato da Democracia,
conquistada com tanto esforço e luta.
Lamentavelmente,
vivenciamos, sim, uma “poderosa” conspiração jurídico-político
e midiática. Cuidemo-nos, o caos se aproxima.
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