Em
sã consciência, ninguém há de olvidar que ao Supremo Tribunal
Federal devem ser atribuídos todos os créditos pela “instabilidade
jurídica” vigente no Brasil nos dias atuais, mormente em se
tratando da seara política. Isso em razão do chancelamento das
comprovadas arbitrariedades e excessos do juiz Sérgio “Savonarola”
Moro por parte daquela egrégia corte, permissiva a uma escalada
crescente e contínua de desrespeito à Constituição Federal, não
só por parte do respectivo, como de outros juízes (mesmo que de
primeira instância, como o é a do Moro), assim como, agora, em
níveis mais elevados (Tribunal Regional Federal de Brasília).
Fato
é que, na prática, a nossa Carta Maior comprovadamente perdeu o
sentido e não mais é respeitada por ninguém (em especial pelos
detentores do vil metal), já que literalmente virou “letra morta”,
transmutou-se numa espécie de abrigo de “palavras ao vento” e
tudo, reafirme-se, graças à omissão criminosa do tal guardião da
sociedade (STF). Afinal, presunção de inocência, prisões sem
provas do crime, conduções coercitivas sem a competente notificação
prévia ao suspeito, e por aí vai, demonstram que o Estado
Democrático de Direito já era, não mais vige. Agora (e isso é
deveras apavorante) basta que o nosso “Savonarola” e seus
auxiliares (com base unicamente em “convicção”) cismem que você
é um criminoso e, pronto, você tá ferrado, já era, tenderá a
mofar nas masmorras de Curitiba.
Obstinado,
intolerante, certamente que ferido devido ao retumbante fracasso
quando comandou a Operação Banestado, e tendo como leitura
preferida suas próprias reflexões sobre a Operação Mani
Pulite/Mãos Limpas (que quase acabou com a Itália), desde o
princípio da tal Operação Lava Jato o juiz Moro “Savonarola”
não teve nenhum escrúpulo em demonstrar que, tal qual ocorrera lá
(na Itália), cá (no Brasil) o objetivo seria o mesmo: exterminar o
principal partido no poder (lá, o PSI; aqui, o PT) e desmoralizar o
seu dirigente maior (lá, Bettino Craxi; aqui, Lula da Silva),
inabilitando-o para a vida pública.
O
instrumento usado objetivando viabilizar tal propósito foi valer-se
das tais “delações premiadas”, firmadas por potenciais
criminosos em busca de redução das penas respectivas, oportunidade
em que são estimulados a citarem o nome de Lula da Silva, sob pena
de não serem aprovadas (o vazamento de parte da delação da
Odebrecht, temporariamente suspensa, é emblemática e um problema
para o juiz Moro “Savonarola”, já que, além de não citar Lula
da Silva, oportuniza a que se saiba da participação de membros
graduados do PSDB e PMDB nos malfeitos da Petrobras).
No
mais, face à decisiva colaboração de uma parte da mídia corrupta
e desonesta desse país, a maciça campanha difamatória sobre o PT e
seus dirigentes foi superlativada, ao ponto de acabar por incutir em
boa parte da população um sentimento de “vingança” contra a
agremiação que até pouco tempo houvera catapultado da pobreza mais
de 30 milhões de pessoas. Daí a derrocada do PT nas últimas
eleições.
Com
a viabilização da primeira parte do seu plano, agora o juiz Moro
“Savonarola” prepara-se para pôr em prática o lance mais
audacioso, porquanto seu objeto de desejo desde sempre: depois de
mais de dois anos de uma “caçada implacável”, prender Lula da
Silva, mesmo que sem nenhuma prova que o incrimine, a fim de
impedi-lo de concorrer nas eleições de 2018 (a ordem é encarcerar,
para só depois encontrar um crime qualquer que lhe possa servir de
carapuça).
As
fichas estão sobre a mesa. E como o nosso “Savonarola” já
demonstrou ter um quê de pernóstico e sarcástico, não se
surpreendam se a prisão de Lula da Silva ocorrer exatamente no dia
do seu aniversário (27.10) com a deflagração da Operação “Feliz
Aniversário”; só que, para inflar ainda mais o ego do juiz de
Curitiba, será bombasticamente anunciada no idioma universal que ele
acha que domina (o que não é verdade): Operação “Happy
Birthday”.
O
que acontecerá a partir de então é difícil prever.
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