BANCOS
DE “SEGUNDA LINHA” - José Nílton Mariano Saraiva
Não
é possível que, principalmente os militantes do serviço público
federal (aprovados em rigorosos concursos) e que ainda não foram
vitimados pelo Mal de Alzheimer, hajam se surpreendido com o “anúncio
fúnebre” do sem povo, sem voto e sem moral (Michel Temer), no
tocante ao progressivo esvaziamento do Banco do Brasil (e demais
bancos públicos), visando sua posterior extinção/privatização.
Afinal,
na fase crepuscular da década de 90, o Governo Tucano (Fernando
Henrique Cardoso), via Ministério da Fazenda (Pedro Sampaio Malan),
firmou um Acordo Stand-By com o Fundo Monetário Internacional, onde,
em troca de migalhas que teoricamente livraria o Brasil da falência
absoluta, se comprometeu a entregar à iniciativa privada tudo que
contribuísse para que o patrimônio nacional fosse pulverizado
vapt-vupt (não houve jeito, perdemos parte expressiva do patrimônio
e tivemos que se ajoelhar mais duas vezes, posteriormente).
Abaixo,
só pra refrescar a memória, a prova do crime:
“MEMORANDO
DE POLÍTICA ECONÔMICA (de 08.03.1999), ENCAMINHADO AO FMI PELO
MINISTÉRIO DA FAZENDA DO GOVERNO FHC (ACORDO STAND-BY)
Com
determinação o governo dará continuidade à sua política de
modernização e redução do papel dos bancos públicos na economia.
O Banco Meridional uma instituição federal foi privatizado 1998 e
em 1999 o sexto maior banco brasileiro, o BANESPA, agora sob nova
administração federal será privatizado. Ademais, o governo
solicitou à comissão de alto nível encarregada do exame dos demais
bancos estatais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES,
BNB e BASA) a apresentação até o final de outubro de 1999 de
recomendações sobre o papel futuro dessas instituições, tratando
de questões como possíveis alienações de participações nessas
instituições, fusões, vendas de componentes estratégicos ou
transformações em agências de desenvolvimento ou bancos de
segunda linha. Essas recomendações serão analisadas e decisões
serão tomadas pelo Governo antes do final do ano sendo que as
determinações serão implementadas no decorrer do ano 2000. O
Governo já se decidiu sobre a privatização da administradora de
ativos afiliadas ao Banco do Brasil (BB) e do Instituto de Resseguros
do Brasil (IRB)” (ipsis litteris).
************************
Apesar
da pressa, não deu tempo de “doar” tudo, face à defesa da
sociedade e, posteriormente, com a assunção de Lula da Silva,
quando o estado brasileiro foi retomado, tanto que de devedor do FMI
passamos a credor daquele famigerado Fundo, de par com a adoção de
uma política exterior independente, onde novas e poderosas parcerias
foram estabelecidas (China, Mercosul, África e por aí vai). E a
partir daí o Brasil ganhou o respeito internacional.
Vida
que segue (e suas surpresas), fato é que hoje, após o “golpe”
midiático, parlamentar, jurídico perpetrado, voltamos a uma fase de
incertezas e pessimismo, principalmente ante a tenebrosa constatação
que, embora fora do poder formalmente, a “tucanalhada” mais do
que nunca se acha presente, porquanto o “gagá” enrolador que se
acha Ministro da Fazenda (Henrique Meirelles) incapaz de uma ideia
original, adotou definitivamente o modo/pauta tucano de ser e agir.
Assistir
a tudo isso nos traz uma pesarosa e triste sensação de “DÉJÀ
VU" (o equivalente popular a "eu já vi esse filme"),
cuja medicação exige luta e enfrentamento, até porque ante um
governo ilegítimo.
Mas,
será que os famosos “coxinhas” que integram o serviço público
federal (principalmente funcionários do BB, CAIXA, BNDES, BNB e
BASA) que se esgoelaram, escreveram artigos e bateram panelas
exigindo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, estão
satisfeitos com o papelão que fizeram e com o “presente” lhes
está oferecendo o governo em termos de futuro ??? Teriam hombridade
de ir às ruas defender seu emprego, o sustento da sua família ???
Nenhum comentário:
Postar um comentário