Nos primórdios/meados de 2018 (aí pelo mês de abril), já padecendo de grave enfermidade degenerativa (tanto que fazendo uso de cadeira de rodas), o general Eduardo Villas Boas, à época Comandante do Exército Brasileiro, teve influência decisiva para que o Brasil chegasse à situação calamitosa atual, ao abertamente desafiar o Supremo Tribunal Federal (via articulação golpista), fazendo-o recusar um habeas corpus que poderia ter impedido a prisão do ex-presidente Lula da Silva (assim, o ex-presidente viu-se inviabilizado de voltar à Presidência da República, já que favorito absoluto nas pesquisas).
E não foi nem preciso usar sequer uma simplória baladeira como arma. Cirúrgico, o instrumento usado para tal fim foram duas postagens na Internet, e enviadas à Rede Globo minutos antes de mais uma edição do Jornal Nacional, de forma que pudessem ser divulgadas para todo o Brasil em horário nobre e naquela mesma noite, onde declarava:
a) “nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais”; e
b) “asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem, de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões”.
A consequência foi a ascensão do Bózo e sua gangue ao poder, logo após.
Pois bem. Recentemente, durante o lançamento de um livro laudatório à sua pessoa, questionado sobre, o general Villas Boas declarou que aquele procedimento teria sido uma “decisão conjunta do alto comando do exército”, visando impedir a qualquer custo que o Supremo Tribunal Federal concedesse o tal habeas corpus (que poderia beneficiar o ex-presidente).
Eis que, um dos generais integrantes do “alto comando” do Exército à época (e que “está” ministro do atual desgoverno) tira o braço da seringa ao vir a público afirmar corajosamente não ser verdade o que dissera o general Villas Boas, porquanto não tomara parte daquela decisão (ou sequer fora ouvido) sobre.
Ou seja, um dos dois generais, independentemente da hierarquia funcional de momento, faltou com a verdade ou mentiu desavergonhadamente.
Fato é que, depois de eleito e numa cerimônia pública para a qual o general Villas Boas foi um dos convidados de honra (mesmo em cadeira de rodas), em seu pronunciamento o agora presidente, dirigindo-se diretamente a ele, afirmou de forma peremptória e incisiva ter sido o general um dos principais responsáveis por ele ter conseguido chegar ali (se eleger presidente) e que... “aquela conversa que tivemos levarei para o túmulo” (o que teriam conversado ???).
Logo após, mesmo inválido (com dificuldade de locomover-se), em estado vegetativo-terminal e, consequentemente, improdutivo para qualquer atividade, o general Villas Boas foi aquinhoado com uma dessas “suculentas” e prestigiadas assessorias (“aspone”, vulgo assessor pra porra nenhuma) junto à Presidência da República, sem nenhuma obrigação de sequer chegar nas proximidades do Palácio do Planalto (sede do governo) em dias de pagamento (a grana é religiosamente creditada em conta).
Só que “guloso”, o general ainda conseguiu com que uma das filhas fosse nomeada e inclusa numa das folhas de pagamento do governo federal.
No mais, como um diz que foi uma “decisão conjunta do alto comando do exército” e o outro retruca que sequer foi convidado a opinar (sobre o comunicado enviado à Globo), quem merece ficar com a pecha ou alcunha de mentiroso: o “general-chefe” ou o “general-subordinado” ???
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