Se você, aí do outro lado da telinha, já tá de saco cheio de assistir filmes com os tais “efeitos especiais” do diretor americano Steven Spielberg, ou mesmo aqueloutros onde humanos pensantes batem papo alegremente com animais irracionais, convido-os a voltarem a um autêntico faroeste americano (em qualquer aspecto), digno de ser visto e revisto tantas e tantas vezes. Refiro-me à série GODLESS, na NETFLIX. Simplesmente portentosa, impressionante, imperdível.
Abaixo, uma “tentativa” de
resumo.
****************************************
“LA BELLE” – José Nílton
Mariano Saraiva
Esquecida pelo poder público,
nos confins do território americano a pequenina cidade de “LA BELLE” vivia
quase que exclusivamente em função de uma mina de prata que garantia sua
própria sobrevivência.
Tanto, que todos os homens em
condição de trabalho viviam o dia mergulhados em suas profundezas (só retornando
à noite), enquanto as mulheres cuidavam dos afazeres domésticos e das crianças.
Mas, de repente, tudo mudou radicalmente,
em função de uma tragédia inimaginável: uma explosão no interior da mina
soterrou todos os homens da cidade (à época no total de 83). A partir de então,
LA BELLE, passou a ser conhecida como a “cidade das mulheres”.
Eis que, na perspectiva de
tomar de conta da mina, e vindo de um outro extremo do país, senhores falantes
e teoricamente persuasivos, acompanhados da “casca grossa” (bandidos violentos)
se apresentam como capazes de desenvolver a cidade, desde que lhes permitam
explorar a mina; para tanto, 90,0% do lucro ficariam com eles retidos e 10,0%
seriam destinados às mulheres. Claro que não tiveram receptividade, mas, mesmo
assim tomaram de conta da cidade, na marra.
Paralelamente, uma viúva não
muito querida pelas demais mulheres, que vivia num rancho isolado, contíguo à
cidade (junto com o filho e a sogra, uma índia sorumbática), na madrugada é
acordada por um barulho suspeito; sai e, de rifle em punho, dispara na
escuridão e fere alguém que viera à procura de ajuda. À base da luz de candeeiro,
sensibilizada acolhe o forasteiro (que já chegara ferido à bala) e na manhã
seguinte encarrega a sogra a dele cuidar.
Durante a convalescença e após
recuperar-se, o estranho mostra ser um exímio domador de cavalos selvagens; é
que, como no curral do rancho existem vários, ele começa à paciente tarefa de
domesticá-los. Aproveita e ensina o filho da viúva, de maneira persistente e
insistente (monte de novo, monte de novo), a não só montar como também domar os
quadrúpedes; de longe, a viúva e a sogra (a índia sorumbática) embora não verbalizem,
mostram extremo contentamento.
E aí começa a “pintar um clima”,
quando ele manifesta o desejo de aprender a ler e escrever (era zerado em tudo);
assim, enquanto ensina o filho da viúva a domar os cavalos, ele aprende com ela
a arte das letras e de gostar das pessoas (a essa altura já houvera posto as
fichas na mesa ao identificar-se como um famoso pistoleiro procurado pela Lei).
Entrega-se ao “xerife” da
cidade, que voltara de uma perseguição infrutífera a bandidos, mas logo é solto
pela própria viúva, que sentira sua falta.
Fato é que, ao ter-se
transformado num famoso pistoleiro, fora capaz de romper com aquele que, num
passado não tão distante o houvera lhe criado e ensinado tudo; tanto que foi
capaz de arrancar-lhe o braço com um tiro de fuzil e roubar-lhe o produto
milionário de um assalto a um trem-pagador; e, por essa razão, agora era incessantemente
caçado pelo próprio e sua quadrilha, que já descobrira seu paradeiro.
E assim, as mulheres de LE
BELLE se organizam e travam um confronto de proporções épicas com aquela
bandidagem selvagem; derrotados inexoravelmente, o chefe da quadrilha, que
viera se vingar do filho-adotivo (agora um famoso pistoleiro) e recuperar a grana,
foge e é perseguido por ele; alcançado, travam um duelo de titãs, que é vencido
pelo filho.
Alfim e como o duelo fora assistido
pelo filho da viúva, este o traz de volta, onde ele se despede do garoto e daquela
que poderia ter sido sua para sempre.
Antes, pede ao delegado (de
volta à cidade e que o cientifica que houvera comunicado às autoridades que ele
houvera sido morto no duelo), pois bem, ele o orienta a recomendar à viúva a
ajeitar uma estaca da cerca de sua propriedade que estaria por cair; e quando ela
lá chega e começa a escavar, dá de cara com um alforge de cavalo repleto de
dinheiro, muito dinheiro (produto do roubo ao trem-pagador).
E num singelo bilhete, que ele
houvera aprendido a escrever com ela, simplesmente um “THANK YOU” (OBRIGADO).
Nenhum comentário:
Postar um comentário