“EDUCADORES ANTIÉTICOS” – José Nílton Mariano Saraiva
E como todo início de ano sói acontecer, começou, de novo, novamente,
outra vez, a briga de foice em quarto escuro envolvendo segmentos atuantes na área
educacional.
Isso em razão do colapsar do ensino público brasileiro ensejar a
debandada de alunos oriundos de famílias da classe média para os onerosos
colégios particulares à busca daquilo que constitucionalmente qualquer governo deveria
provir: um ensino de qualidade.
Como, entretanto, só o lucro a qualquer preço é o primado da iniciativa privada,
os que aderem ao novo modelo de ensino implementando literalmente quebram a
cara, já que a pedagogia adotada prima pela ineficiência e descalabro
programático; como consequência, haja aluno despreparado.
Em função disso assiste-se, no âmbito de determinadas instituições
particulares de ensino, o uso de expedientes os mais escusos e deploráveis na
tentativa de mostrar uma “excelência” inexistente.
Assim é que, no último ano do ensino médio, determinados colégios particulares
(aqui em Fortaleza, o Ari de Sá, Farias Brito, 7 de Setembro, Christus), tidos
como “de ponta”, infiltram “espiões” que aliciam e cooptam os poucos alunos que
se destacam nos colégios rivais, oferecendo-lhes toda sorte de facilidades
(bolsa de estudo, pagamento do transporte, material escolar, e até uma ajuda de
custo em dinheiro vivo), a fim que aceitem concluir aquela etapa final do estudo,
ali.
Ou seja: inobstante o aluno tenha cursado todo o périplo estudantil
(maternal, ABC, ciclo básico, fundamental e 2/3 do ciclo médio) no “colégio A”,
onde realmente adquiriu todo o imprescindível cabedal de conhecimento
disponível no decorrer de no mínimo doze anos, de repente, porque o pai
deixou-se aliciar, tende a figurar DESONESTAMENTE em diversos outdoors
espalhados pela cidade, como um dos campeões do “colégio B”, onde cursou apenas
o último ano do ciclo médio.
Como o “colégio A”, o de origem, HONESTAMENTE computa tal aluno como um
dos seus campeões, a totalização dos números efetuada pelos diversos colégios
nunca “bate” com os números de aprovados divulgados pelas muitas universidades.
Assim, sobram campeões em
nossos vestibulares. Tudo por obra e graça de ”EDUCADORES ANTIÉTICOS” ou, literalmente,
da deseducação na educação.