“DOSIMETRIA” – O IMORAL ACORDO
RUMO À “ANISTIA” – José Nílton Mariano Saraiva
A amazônica expressão de
contentamento que se apossou do povo brasileiro quando o Ministro Alexandre de
Moraes decretou a prisão do meliante Jair Messias Bolsonaro e seus
generais(zinhos) de estimação, em razão das contundentes e irrecorríveis provas
dos crimes perpetrados quando do seu mandato (provas estas disponibilizadas pra
conhecimento público) dá lugar, hoje, a uma oceânica perplexidade em razão de
algo absolutamente inaceitável: o imoralíssimo (e bote imoralidade nisso)
acordo firmado pelos líderes do governo federal com os representantes dos
meliantes, que redundará praticamente numa “anistia” a todos eles, mesmo que
não ampla, geral e irrestrita, como reclamavam.
Mas, vejam só o que é essa tal
Dosimetria (redução de pena): o chefe da gangue, Bolsonaro, que fora condenado
a 27 anos e 06 meses de prisão, em regime fechado, se realmente prevalecer o
acordo cumprirá apenas cerca de menos de 03 anos da pena, enquanto seus
generais(zinhos) de estimação serão contemplados nessa mesma lógica
perversa.
Será a desmoralização completa
da nossa adolescente democracia, porquanto se contrapõe frontalmente ao que
fora determinado pelo Poder Judiciário brasileiro (STF), meses atrás.
Ativos porta-vozes da imoralidade,
os líderes do governo no Congresso Nacional, Jacques Wagner e Otton Alencar,
tentaram sair pela tangente (ou explicar o inexplicável), como se tivessem
lidando com uma ruma de idiotas, ao afirmarem que apenas o “procedimento” foi
levado em conta, mas não o “mérito” da questão.
Em contraponto, alguns Senadores
da base aliada, dentre os quais Veneziano Vital do Rêgo (PB), Renan Calheiros
(AL) e Alessandro Vieira (SE) subiram à tribuna para protestar veementemente por
tamanha imoralidade, que objetiva reduzir o tempo de pena daqueles participantes
do 08 de janeiro, em “TROCA” ou aprovação da taxação imediata de um outro projeto
que redundará na “COMPRA” da Democracia por meros 20 bilhões de reais (é quanto
o governo arrecadará, a partir do próximo ano, através da incidência tributária sobre Bancos,
Betes e Bilionários-BBB).
Já o Presidente Lula da Silva,
numa entrevista a jornalistas de uma miscelânea de jornais, afirmou que não
autorizou ninguém a firmar qualquer acordo e, portanto, se aprovado sem o seu
consentimento, vetará a matéria quando essa chegar à sua mesa (e se isso realmente
for verdadeiro, se os líderes do governo negociaram matéria de tamanha importância
sem o aval do “chefe”, não restaria outra alternativa que não os destituir da
função).
Fato é que Bolsonaro e seus
comparsas serão os beneficiários diretos de tamanha excrescência, e a partir
daí não sossegarão enquanto não conseguirem a anistia em sua plenitude (ampla,
geral e irrestrita).
Uma vergonha, verdadeiro nocaute
demolidor para os milhões de brasileiros que tanto lutaram pela Democracia.
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