Bandeira do Brasil Império (1822-1889)
13 de maio de 2008: 120 anos da libertação dos escravos
"O pior de ter passado pela morte não é ser esquecida. É esquecer.
Perder mesmo os farrapos de memórias que me mantém como uma
estrutura relativamente coesa cento e vinte anos depois de ter morrido".
Ivanir Callado, no livro "D. Amélia de Leuchtenberg"
Sancionou as Leis relativas ao primeiro recenseamento do Império, naturalização de estrangeiros, desenvolvimento da viação férrea, solução de questões de limites territoriais, e relações comerciais com países vizinhos.
Em 28 de setembro de 1871, sancionou a Lei do Ventre Livre, e em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, lei esta que extingiu a escravidão em todo Brasil. Por ter promulgado a Lei Áurea, a Princesa Isabel alcançou um lugar de destaque na História do Brasil. Esse ato conteve um longo combate, sustentado pelos abolicionistas, que não concordavam em aceitar a aplicação da escravidão de seres que tinham o mesmo direito à liberdade.
Perder mesmo os farrapos de memórias que me mantém como uma
estrutura relativamente coesa cento e vinte anos depois de ter morrido".
Ivanir Callado, no livro "D. Amélia de Leuchtenberg"
Rio de Janeiro, 13 de maio de 1888. Cerca de 10 mil pessoas se aglomeram em volta do Paço, o Palácio Real, na capital do império. É gente do povo, da alta sociedade e autoridades que aguardam a chegada da Princesa Isabel para a assinatura da lei de número 3.353, a Lei Áurea, a mais comentada e festejada de toda a história do Brasil até aquela época. Ela encerrava quase quatro séculos de escravidão de negros no Brasil. Hoje, a Lei Áurea faz parte da história. Mas não é mais comemorada com a mesma alegria de antigamente...
O Calendário das grandes efemérides da história do Brasil assinalará, no próximo dia 13 de maio de 2008, os 130 anos da assinatura da Lei Áurea, iniciativa da Princesa Isabel, que extinguiu a escravidão da raça negra no Brasil.
Pouca gente sabe. Mas no século XIX o Brasil foi governado - por três vezes - por uma mulher: a Princesa Isabel, na qualidade de regente do Império. Nas ausências do seu pai, o Imperador D. Pedro II, Isabel o substituiu, com os gabinetes Rio Branco (1871 a 1872), Caxias (1876 a 1877), Cotegipe e João Alfredo (1877 a 1888).
Pouca gente sabe. Mas no século XIX o Brasil foi governado - por três vezes - por uma mulher: a Princesa Isabel, na qualidade de regente do Império. Nas ausências do seu pai, o Imperador D. Pedro II, Isabel o substituiu, com os gabinetes Rio Branco (1871 a 1872), Caxias (1876 a 1877), Cotegipe e João Alfredo (1877 a 1888).
Sancionou as Leis relativas ao primeiro recenseamento do Império, naturalização de estrangeiros, desenvolvimento da viação férrea, solução de questões de limites territoriais, e relações comerciais com países vizinhos.
Em 28 de setembro de 1871, sancionou a Lei do Ventre Livre, e em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, lei esta que extingiu a escravidão em todo Brasil. Por ter promulgado a Lei Áurea, a Princesa Isabel alcançou um lugar de destaque na História do Brasil. Esse ato conteve um longo combate, sustentado pelos abolicionistas, que não concordavam em aceitar a aplicação da escravidão de seres que tinham o mesmo direito à liberdade.
Entretanto, essa atitude persuadiu o destino da Monarquia Brasileira, que teve suas colunas abaladas a tal ponto que não cederam as investidas dos republicanos, agora apoiados pelos fazendeiros, que exigem indenizações pela perda de seus escravos.
Logo depois da Proclamação da República, tendo sido a família Imperial banida do território nacional, a Princesa acompanhou-a no exílio, na França, onde faleceu em 1921. Seus restos mortais foram transferidos para a catedral de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, juntamente com os de seu marido em 6 de julho de 1953.
5 comentários:
Nossaaa... se a profecia de Dom João VI pegasse, o Brasil hoje estava cantado "God save the queen" cadenciado!
E durante as copas do mundo faziamos uma versão mais sincopada...
As moedas com a cara de Isabel 1ª...
Talvez nem Getúlio tinha existido, pois é nítida a ligação da princesa com os defensores do salário mínimo... ou os trabalhadores suicídas, como canta Gonzaguinha...
:D
Memória... para que te quero?
Talvez a Rede Globo de comunicações faça um filme sobre a nossa nobreza... afinal, ela sim foi revolucionária! Acabou a escravatura!! Acabou ? Seria um máximo para a nossa pobre historiografia...
Temos que entender (e estender) a História, às vezes, como se fosse um conto de fada (sempre existe uma lição)
Mas,(mudando de assunto)
que bela bandeira essa da Monarquia, heim!
Rodolfo:
Eu relatei apenas sobre FATOS HISTÓRICOS, reais, impossíveis de serem desmentidos. Você partiu para ilações sobre um "futuro" que nunca existiu, nem existirá.
Respeito sua liberdade de fazer brincadeiras e gracejos com coisas sérias. É um direito que lhe assiste.
Mas é também uma verdade histórica que a Princesa Isabel, depois de uma luta insana, contra os escravocratas (na qual ela precisou até derrubar o Gabinete de Ministros do Barão de Cotegípe, para poder nomear o abolicionista João Alfredo Corrêa de Oliveira e assim poder propor ao Parlamento, a Lei Aurea e finalmente sancioná-la)e depois deste desprendimento - verdadeiramente heróico - pois sabia que a conseqüência seria a queda da Monarquia ( o que de fato ocorreu um ano e meio depois), foi arguída, já no exílio, que se adivinhasse que perderia o Trono, teria assinado a Lei Áurea, respondeu:
- "Quantos tronos houvesse a cair, eu não deixaria de assiná-la".
Por que, então, o gesto da princesa está hoje tão esquecido?
Respondo com as palavras do Evangelho: "Talvez porque o reino dela - o seu modus vivendi - também não fosse desse mundo"!
O passado é contado e recontando para aperfeiçoarmos a historiagrafia. Não penso no que a princesa era ou deixou de ser quanto sua índole, penso numa família que se dizia anti-escravota e tinha realmente um bom índice de popularidade, mas passou mais de meio século para assinar o diabo de uma carta. Por que?
A carta não é a História, apenas uma fonte. Não fecho o conceito de História, mas quando a penso tenho que lhe dá uma serventia, ao contrário daria o peso enorme de status para o conceito de "Fatos".
O que está esquecido, porque nunca foi lembrado são os quilombos, dito isso ponho meu time em campo!
Apenas creio que esse discurso em volta dessas comemorações de vinda da corte etc e tal são cartas marcadas, pouco ou nada vão contribuir para a construção de um pensamento histórico mais sólido, apenas curiosidades para vender publicações e continuar a história como se fosse coisa de boca miúda, ou ti ti tis...
Isso é uma violência. Qualquer hora dessas vão voltar as famigeradas perguntas de vertibular, "Quem descobriu o Brasil ? "
É isso que o senhor deseja, caro Armando. Infelismente!
Rodolfo:
Aos fatos.
1) Uma das primeiras preocupações do historiador deve ser a análise do fato histórico a partir da mentalidade da população ao tempo que esse fato ocorreu. É fácil, cômodo (e a platéia ignorante até gosta) se lançamos libelos contra figuras da nossa história quando se julga acontecimentos de 120 anos atrás, pela ótica de hoje, do século XXI. Uma análise serena requer um recuo ao “modus vivendi” da época em que o fato ocorreu. A servidão da raça negra é um desses exemplos;
2) A escravidão ocorreu em quase todo o mundo. Teve início no século XVI por necessidade de mão-de obra para as lavouras das terras descobertas (seu conceito sobre “descobrimento” – pelo que percebi – decorre da visão marxista superada – no tempo e no espaço – desde a queda do Muro de Berlim, ocorrida em 1989, mas ainda alimentada por dinossauros que “sobrevivem” nas universidades públicas brasileiras);
3) Os historiadores honestos reconhecem: quem mais combateu a mancha da escravidão negra no Brasil foi a Família Imperial, que não possuía escravos para dar o bom exemplo à sociedade. É pertinente a pergunta: e por que ela – a Família Imperial – não acabou com essa escravidão? Não estava ao seu alcance faze-la.
4) Diferente de hoje – quando o presidente-operário Lula da Silva dispõe do dispositivo quase ditatorial das “medidas provisórias” – o Brasil Império era uma democracia e o Parlamento tinha uma maioria escravocrata, favorável à manutenção da escravidão e contrária às iniciativas de Dom Pedro II e da Princesa Isabel. Fortes razões econômicas motivava, deputados e senadores do Império a manterem o status quo. O Poder Legislativo era tão forte e respeitado que, anos depois – em 1910 – o republicano Rui Barbosa afirmou: “Na Monarquia, o Parlamento era uma escola de estadistas. Na República converteu-se numa praça de negócios”. Isso foi dito em 1910, não foi agora tempo do “Mensalão”...
5) No 2º Reinado vivíamos num Estado de Direito Democrático. A imprensa era livre. Os Partidos Liberal e Conservador se revezavam no poder. Circulava até um jornal republicano pregando a queda da Monarquia. A Constituição nunca fora desrespeitada (como viria a acontecer após o golpe militar que implantou a república. Hoje estamos na 7ª constituição pós-republicana);
6) De Dom Pedro II e da Princesa Isabel partiram todas as iniciativas que visavam extinguir a praga da escravidão negra no Brasil. Utilizaram para isso o prestígio, respeito e confiança que desfrutavam junto à sociedade, influenciado o Parlamento nesse objetivo, através da apresentação das Leis “Euzébio de Queiroz” (1850); ”Nabuco de Araújo (1854); “Lei do Ventre Livre” (1871); “Lei dos Sexagenários” (1885) culminando com a “Lei Áurea” de 13 de maio de 1888, objeto das poucas linhas que escrevi, e que aboliu de vez a escravidão da simpática raça negra no nosso Brasil.
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