A música pop internacional é fenômeno humano em ritmo de globalização. Cresceu ao longo do século XX como uma simbiose entre os avanços das tecnologias de gravação e as organizações capitalistas de produção e distribuição. As resinas de cera e petróleo, os canais eletrônicos de gravação, as prensas de reprodução por um lado e do outro as pilhas de rádio e os transistores criaram a base mundial tecnológica para a música pop. Neste contexto é que se funda, com os enormes capitais americanos e dos demais países capitalistas da Europa uma indústria de gravação e distribuição que, usando o rádio transmissor como veículo, banalizou a música popular dos países em todos os continentes.
Os americanos foram fundos no seu folclore e dele extraiu, por incrível que pareça, toda a música de vanguarda que incendiou a juventude dos anos do pós-guerra. Todas as manifestações, tipicamente urbanas, que surgiram no mais elevado nível de composição e arranjo tem algum tipo de raiz no vale do Mississipi ou nos algodoais do sul do país. É claro que nenhum país americano aproveitou com maior intensidade as migrações européias, com seus talentos geniais, como os americanos aproveitaram, especialmente no fim da ordem da Belle Epoque no episódio da primeira guerra mundial. Na raiz da música pop existe o folclore das populações coloniais americanas e dos migrantes europeus herdeiros da música instrumental elaborada.
A longa introdução para um movimento desta natureza na história da humanidade é para dizer que isso só ocorre como uma espécie de arrastão levando todas as camadas de manifestação cultural. Assim é que ao lado do toque alucinado de Jimmi Herdrix, da profunda reflexão de um Bob Dylan, existia a canção romântica tanto pela voz de ícones com Elvis ou até mesmo por uma voz arrasadora com a de Janis Joplin.
Nesta indústria surgiu uma dupla que fala da modernidade do século XX. Os irmãos Karen e Richard Carpenter que formaram um marca de sucesso nos idos dos setenta. Quem não curtiu, certamente não deixou de ouvir nos rádios alguma canção de sucesso da dupla. Especialmente naqueles anos quando a programação das rádios brasileiras começou a ser tomada pela indústria fonográfica da música pop internacional e em especial quando os rádios de automóveis haviam se tornado um ícone de consumo.
Em músicas como Sing, Close to You, Solitaire, Top the World, entre outras muita gente dançou e roçou seus corações em outros. A dupla The Carpenters cresceu rapidamente à partir da poderosa indústria fonográfica de Los Angeles e logo estava em shows por todo o mundo. A voz central era da Karen Carpenter que também era excelente baterista e que se viu forçada a cantar música romântica tal o sucesso da voz dela neste tipo de registro.
No final dos anos 70, a dupla pára de repente, o irmão estava viciado em soníferos e teve que entrar numa clínica para tratamento e a Karen sofria conseqüências de um tratamento para emagrecimento. Desta pisada de controle de peso a Karen se tornou a primeira vítima e a principal alerta para a Anorexia Nervosa. Ela morreu por conseqüência deste problema no ano de 1983. Assim como Jimmi Henrdrix, Janis Joplin a música pop, industrializada e espetacular cobrou suas vítimas.
2 comentários:
"Dançar , roçando o coração no outro..."
Summertime ( J.Joplin), Are You Lonesone Tonight (Elvis)...
Em que café , você nos esquecia ?
Uns dias sem chegar é seca no Nordeste. Mandacaru nem flora !
Teus textos , se apresentam como filmes ...
Ora documentários , científicos , políticos , musicais ou românticos ...Gosto de todos . A poesia e a música fazem a trilha , e a fotografia se compoe em cada expressão ... seja no verso ou na prosa !
Abraços , caro amigo !
Que bom alguém se lembrar dos Carpenters!
Mr. postman...
Tantas coisas boas...
E os Carpenters são uma espécie deportal para as coisas mais evoluídas ainda, como "The Singers Unlimited" Hi-Los, e outros.
Hoje, talvez o suprema evolução vocal do que se representava naquela época se chama "Take 6" onde 6 caras fazem coisas inimagináveis com a voz. Ouvindo Take 6, qualquer ateu pode passar a crer que Deus existe.
Mas voltando aos Carpenters, é só pra dizer que eu também curto muito. Aliás, curto POP, não curto muito Rock. Prefiro Pop ao Rock. Na verdade, eu curto Jazz, Clássicos e Música Popular Brasileira, mas a história da música Pop é muito importante quando se observam os icones da música americana dos anos 40, 50 e vem vindo toda a história até passar pelos beatles e sua revolução até a Pop Art.
Um grande abraço,
Mr. postman!
Ah, quero lembrar também um gênio da música americana moderna, Burt Bacharach. As canções de bacharach são mesmo bárbaras! Como Alfie, e as trilhas que ele fez para filmes como "Horizonte Perdido".
Abraços,
DM
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