TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 13 de março de 2009

CUTIS

Devorei-a como uma flor,
Pétala por pétala suas pretensões a santa foram caindo
Seu corpo eivado de pecados, seus lagartos e cobras
Foram fugindo das tocas.

Eu, sedento pelo corpo, sugava a alma pela porta dos olhos,
Melíflua e exaltada pelo desejo, pelo gozo latente,
Pela pele em fogo e as entranhas em erupções eternas.
Eu, que achava que a devorava, fui jantar e sobremesa,
E só o percebi depois do cigarro em brasa e o aluvião de fumo em minha cara.

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