Minha alma é um bule
com água fervendo -
os pingos de suor atiçando o fogo
e os vapores uma confusão de nuvens.
Minha alma é toda a casa -
a samambaia com juba
de leão vegetariano,
as cadeiras quadrúpedes
ruminando na quietude da sala.
Minha alma é a cafeteira quebrada
outrora tão solícita.
Agora num canto jogada
comunga da minha contemplação e divaga.
Minha alma são os meus dois ovinhos murchos
com os quais me entretenho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário