TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 11 de abril de 2009

Efeito

Nunca me satisfaço com os prazeres da carne.
Minha mente perturbada precisa de um suculento bife
de alucinações.

Perambulo entre meus vasos sanguíneos e as minhas ideias abstratas.

Meu corpo dedão de unha arrancada
minha alma de silêncio constrangedor
siameses da mesma epifania
e da mesma dor.

As flechas pontiagudas envenenadas
no meu peito primeiro partem
de quem muito me quer bem.

Aos senhores da verdade
não importa o ovo posto
por um galo de esporas.

Blasfemam.
Aos povos dizem que o poeta mente.

Ilusão?

O Messias fulminou a água em vinho.
Não o contrário.

Portanto, meus caros, bebamos vinho.
E amanheçamos com a alma tingida
no cálice.

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