TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 5 de abril de 2009

Não entendem nada.

Poema de Maiakóvski

 Não entendem nada

"Entrei na barbearia e disse, sem espera:

“Por gentileza, penteie-me as orelhas.”

O meloso barbeiro ficou cheio de abelhas,

seu rosto se alongou com uma pêra.

 

“Mentecapto!

 

Palhaço!”— saltaram as palavras.

 

Insultos relincharam pelo espaço,

 

e l-o-o-o-o-ngamente

 

ouviu-se o rinchavelho

 

de uma cabeça que brotou por entre a gente

 

como um rabanete velho."

 

Tradução de Augusto de Campos

 

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