TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Membrana

Não espero outra tarde
senão esta nublada
com os sapatos empilhados
na porta de entrada.

Ofereço meu silêncio
e meu egoísmo como drama.

Minha dor de cabeça patética.
Minha febre alta enfadonha.

Não ouso sonhar outra tarde
senão esta empoeirada

com milhares de insetos
tocando gaita nos meus ouvidos.

Ofereço minha inquietude
e meu abismo como farsa.

Não arde mais a carne viva.
Perdeu-se a alegria do tombo.

Deus me livre
da meningite dos santos.

Serei salvo
de agora em diante
pela sequela na alma.

2 comentários:

socorro moreira disse...

Domingos , ofereço-te um cortinado...
Beijo

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

O mundo burguês é tão pleno de fantasia que os poetas desta era só com cicatrizes na alma desnudam o rei.