(In Memoriam)
A vida de um Príncipe tem sempre algo de legendário! O mistério que envolve o nascimento no seio de uma Família detentora de Direitos dinásticos cria expectativas para um sem-número de pessoas que conservam ideais transcendentais e inabaláveis… A morte de um Príncipe gera irremediáveis reflexões acerca da efemeridade das glórias e de tudo que é humano. A tragédia de um jovem Príncipe produz uma onda de especulações sobre o verdadeiro sentido da Vida. Dom Pedro Luiz de Orleans e Bragança desapareceu na flor da juventude, na primavera da Vida. Nos seus poucos anos de existência procurou ser exímio em tudo que fez. Buscou desempenhar bem os seus deveres de dinasta do Trono do Brasil; e, com a discrição e o charme da alta Nobreza, defendeu e divulgou os ideais monarquistas. Acompanhei Sua Alteza em duas viagens pela terra de seus antepassados – Portugal – e posso testemunhar seu empenho em representar a Família Imperial com brilho e grande dignidade.
Aos dezessete anos representou seu tio, Senhor Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial, em diversas solenidades de celebração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. A imprensa lusitana se entusiasmou com um jovem Príncipe, belo, militante e, sobretudo, piedoso, com marcada devoção a Nossa Senhora de Fátima. Pude me emocionar ao ver aquele descendente de São Luiz e São Nuno de Santa Maria ajoelhado, em oração aos pés da Imagem da Virgem em Fátima.
Evidente que um Príncipe que desassombradamente falava de Política e Religião jamais poderia deixar de entusiasmar, nestes tempos de crise e penúria moral. No Brasil, por diversas vezes, tive a honra de acompanhar mon Prince em eventos monarquistas. Suas intervenções, sempre breves, mas densas, serviam de estímulo para a defesa dos ideais de Restauração e de Moralização deste imenso Império chamado Brasil. A delicadeza de Dom Pedro Luiz para com todas as pessoas é outro aspecto inesquecível da sua personalidade. E o seu Amor pela Pátria edificava que bem soubesse observar mais esta virtude.
A Juventude não foi feita para o prazer, mas para o heroísmo! Certa vez citou esta belíssima frase de Paul Claudel. E comoveu a muitos… Eis uma verdade, uma grande verdade, que saída dos seus lábios calava profundamente nas almas. Dom Pedro Luiz foi levado jovem e não mais teremos a honra e o prazer do seu convívio. Voluntas Dei Pax nostra!Mas a sua memória será sempre lembrada com admiração e servirá de constante estímulo para grandes lutas e dedicações em prol da Monarquia.
Dizem os ingleses: the King never dies! De fato, a causa monárquica seguirá em frente e Sua Alteza, o Príncipe Dom Rafael honrará a Memória de seu querido irmão, dedicando a sua Vida a esta nobilíssima Causa, que é a Causa do Brasil. Que a Virgem Santíssima, Padroeira do Brasil, guarde Nossos Príncipes.
Ibsen Noronha - Professor de História do Direito da Universidade de Brasília. Mestre em Direito pela Universidade de Coimbra
(Transcrito do "Jornal do Cariri", edição de 16 de junho de 2009)
Ibsen Noronha - Professor de História do Direito da Universidade de Brasília. Mestre em Direito pela Universidade de Coimbra
(Transcrito do "Jornal do Cariri", edição de 16 de junho de 2009)
2 comentários:
O Príncipe Dom Pedro Luiz Maria José Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança, nasceu no Rio de Janeiro em 12/01/1983 e faleceu a bordo do vôo Air France 447, que desapareceu no Oceano Atlântico, no dia 1º de junho de 2009.
Detinha os títulos de Príncipe do Brasil – Príncipe de Orleans e Bragança – 4º na sucessão dinástica ao Trono e Coroa do Brasil e Presidente de Honra da Juventude Monárquica Brasileira.
D. Pedro Luiz era o filho mais velho do Príncipe D. Antônio e da Princesa D. Christine de Ligne, que moram em Petrópolis, era graduado em Administração pelo IBMEC do Rio e realizou sua pós-graduação em economia pela FGV. Fazia estágio numa instituição financeira de Luxemburgo.
Também atuou bastante junto com seus tios, pais e irmãos nos eventos monárquicos no Brasil. Por acreditarem que pode estar próxima a restauração da monarquia no Brasil, a maioria dos monarquistas brasileiros depositavam nele as esperanças pela restauração. Foi sucedido pelo seu irmão D. Rafael de Orleans e Bragança, que passa a ser o 4º na sucessão dinástica ao Trono e Coroa do Brasil. Na prática o 2º, pois o 1º e 2º herdeiros, Dom Luiz e Dom Bertrand, são solteiros, recaindo as esperanças de sucessão em Dom Antônio, pai de Dom Pedro Luiz e Dom Rafael.
Foi muito tocante a entrevista que o pai do príncipe concedeu à Paulo Henrique Amorim,entre várias outras, na Rede Record. Na ocasião, ele estava ao lado do filho mais novo.
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