TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tricô

As mulheres loucas varridas
somente as mulheres sem uma gota de juízo
entendem da minha falta de trato em ganhar donzelas.

Primeiro, sou jagunço.
Em seguida, coroinha.

E se bebo um copo
perco a compostura,
a alma, os botões da farda.

As mulheres que ouvem vozes
sabem que os entes medievais
adoram esvaziar odres.

Nunca hei de passear pela praça
com as mãos dadas a uma donzela de família.
Equilibrada, olhos baixos, contando os bancos.

As andorinhas iam fazer a festa.
Seus mísseis feito chuva de cuspe.

Só tenho agora uma camiseta branca.
A outra os pombos já deram cabo.

Naquele dia em que ousei
chutar seus milhos
e as migalhas de pão.

Um comentário:

Robson Roque disse...

Belo poema... Ri muito, porque já fui coroinha de 1997 a 2008...

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