TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Light and Shadow - A música interior que habita todas as coisas...



"Fazer Música é Traduzir o universo!

A Música como forma de expressão, é uma dádiva. Algumas pessoas nascem com o dom de perceber essa essência, outras nem tanto. Mas podem desenvolver habilidades e trabalhar essa percepção. A Música verdadeira, é espiritual. Para ser um bom músico, é preciso olhar para dentro de si, encontrar-se, e descobrir a realidade cósmica. Fazer música, é conversar na linguagem de Deus!

A verdadeira MÚSICA em maiúsculo é a mais alta expressão da arte sublime, a única coisa que não segue o padrão de representação, e sim, a própria "vontade", que seria a essência de tudo, segundo Schoppenhauer. Infelizmente, poucos privilegiados conseguem entender e captar a verdadeira essência da música. Ela não está nem na técnica, nem nos livros. A música de verdade está em toda parte. Ela é a própria vibração do universo, e que une tudo e todos. Os livros e a escola representam apenas a codificação do universo musical perceptível, palpável, técnico, que pode ser posto em papel ou outra mídia. É o topo do Iceberg, quando a grande imensidão da música não se encontra em papel algum. O músico trabalha com formas abstratas. Tudo pode ser música, nas mãos hábeis daqueles que aprenderam a conversar com o universo.

Aqui na terra, nós músicos somos sacerdotes, mediadores que apenas canalizam essa informação. Os músicos, visionários, conseguem enxergar as formas abstratas mais puras de um determinado padrão universal e apresentá-la de modo que outros possam ver o que o artista vê. Sentir o que o artista sente. É preciso que haja um despertar espiritual pleno, gradativo e inexorável para se compreender a música em sua plenitude e ver que ela é bem mais que o creme, a cobertura, que é aquilo que alguns têm feito até então.

Enquanto o artista não desperta para essa realidade interior, se descobre, e traduz o universo e a sua essência, ele será um impostor, um míope que enxerga formas incompletas e imperfeitas. Sua música não representa ainda a forma perfeita da idéia. Por isso, somente uma profunda introspecção e observação precisa e direcionada faz com que seja possível a descoberta das formas ideais e puras.

Tocar em grupo, é comungar espiritualmente, é partilhar energia. É conversar na própria linguagem do espírito.E quando esses espíritos se tornam vasos comunicantes, a energia flui e a música verdadeira acontece. "

Dihelson Mendonça
21/03/2007

Um comentário:

socorro moreira disse...

Não sei tocar, mas quero aprender a ouvir! Você é um exercício !