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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Dihelson Mendonça entrevista o Pianista João Carlos Martins !


"Adorei o Crato! Adorei o Ceará e a região do Cariri e fui pedir um milagre para o Padre Cícero". Com essas palavras concluiu-se a visita de um dos maiores gênios da nossa era à região do Cariri, o pianista Brasileiro João Carlos Martins, o único do mundo a gravar a obra inteira de Johann Sebastian BACH - O deus da música!"

Estêve ontem em Crato, dia 06 de Dezembro, para uma palestra no teatro Salviano Arraes, um dos maiores gênios da música clássica de todo o mundo. O pianista Brasileiro João Carlos Martins, o único pianista do mundo que gravou a obra completa de Johann Sebastian Bach, o mais importante e influente compositor da Música Clássica Universal.

João Carlos Martins veio proferir palestra no Teatro Salviano Saraiva Arraes sobre o tema Resiliência, Superação e Determinação. O pianista paulista, que não consegue mais tocar devido a inúmeros problemas de saúde com as mãos ao longo da vida, se tornou um símbolo de perseverança, de superação e de determinação no Brasil e no mundo!

João Carlos Martins começou seus estudos aos oito anos de idade, e após nove meses vencia o concurso da Sociedade Bach de São Paulo. Seus primeiros concertos trouxeram a atenção de toda a crítica musical brasileira. Aos dezoito anos foi escolhido no Festival Casals , dentre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington. Já aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, em Nova York, patrocinado pela primeira dama dos Estados Unidos, Eleanora Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach ( pronúncia: BAR ) para piano.

Um amor tão grande pela música, uma dedicação tão intensa e meritória de admiração e respeito, João Carlos Martins viu-se por diversas vezes privado de seu contato com o piano, quando teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente em um jogo de futebol em Nova Iorque. Com vários tratamentos, recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu a doença chamada LER, que ocorre devido a movimentos repetitivos e causa o estressamento de nervos. Novamente teve que parar de tocar, e dessa vez acreditou seria para sempre. Vendeu todos seus pianos e tornou-se treinador de boxe, querendo estar o mais longe possível do que sua carreira significava como músico. Mas sua incontrolável paixão o fez retornar, e realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e tentou utilizar o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Mas ao realizar um concerto em Sófia na Bulgária, sofreu um ataque em um assalto, e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente, e quando quer que ele se esforçasse sofria dores intensas em suas mãos, e novamente pensou que nunca mais voltaria a tocar.

João perdeu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão, mas dia a dia podia tocar menos e menos. Essa paixão de João Carlos pela música inspirou um documentário franco-alemão chamado Martins Passion, vencedor de quatro Festivais internacionais.

Hoje, João Carlos Martins praticamente parou de tocar, e apenas rege orquestras sinfônicas com grande dificuldade, mas ao mesmo tempo, demonstrou com o exemplo da sua vida, a imensa força de vontade que deve sempre nortear a vida do Ser Humano aqui na terra.

João Carlos Martins veio ao Crato por ocasião do quarto seminário de Desenvolvimento estratégico promovido pelo SEBRAE, sendo recebido por Boanerges.

O pianista cratense Dihelson Mendonça estêve lá no Crato Tênis Clube, sendo gentilmente convidado por Luiz Wellington ( presidente do Rotary ), e Carlos Rafael, e juntos, de forma bastante rápida, porém concisa, realizaram uma completa entrevista com esse Ícone que representa a força de vontade, a determinação e a luta por um ideal, quando todo o mundo e as forças do destino parecem seguir um caminho totalmente contrário. A luta de João Carlos Martins prova que mesmo se não houvesse gravado uma só nota ao piano, seu exemplo de vida ainda seria um farol que guia os desesperançados, os aflitos e aqueles acometidos por tragédias pessoais.

Confira o Vídeo:

Parte 1:



Parte 2:




Reportagem:

Dihelson Mendonça - Repórter
Carlos Rafael - Cinegrafista
Luiz Wellington - Produtor Executivo
Lania Brito - Auxiliar de produção.

Na foto acima: Luiz Wellington

Na foto Acima: Carlos Rafael Dias.

P.S - O Blog do Crato deve passar sempre a empregar uma linguagem mais jornalística e impessoal, mas como pianista que sou, e a matéria a ser coberta tem tudo a ver, eu não poderia me furtar jamais a tecer algum comentário mais pessoal, até porque a emoção foi única, e o melhor presente de natal que umj pianista pode receber: Gostaria imensamente de agradecer aqui os amigos Luiz Wellington, Carlos Rafael e ao Boanerges pelo convite para conhecer pessoalmente esse homem que para mim foi sempre motivo de pesquisas e admiração desde a minha adolescência. É um espelho para minha inspiração e seu exemplo de vida, um facho de luz a ser seguido pelos homens. Creio que o encontro de ontem com João Carlos Martins é o mais próximo que um ser humano pode estar da presença de BACH aqui na terra. E isso é muito. Quantos pianistas gostariam de ver o que eu vi, e de receber o abraço de João Carlos Martins, e ainda melhor do que tudo isso, foi receber seus cumprimentos pelo meu trabalho como músico, pois ele disse que já conhecia, logo que o encontrei. Ao final da entrevista, ele ainda deixou a seguinte mensagem escrita:




"Dihelson, um abraço do colega, e obrigadíssimo pelas perguntas."

João Carlos Martins

Edição revisada para CaririCult, Blog do Crato, MySpace, Vivace.com e Comunidades musicais do Orkut.

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3 comentários:

Calazans Callou disse...

Fico feliz em ver você dihelson, ao lado desse mestre.Felicidades para você e a equipe da produção do vídeo. Rafael tá "brilhando mais queespinhaço de pão doce".Saudações.

Carlos Rafael Dias disse...

Calá, valeu sua tirada. Deu pra gargalhar.

Dihelson Mendonça disse...

Que bom, Calazans, pena que não pudemos fazer um som juntos dessa vez, mas já estou programando isso em contato direto para o meu CD.

O calor daquela noite estava mesmo insuportável....tampa de chaleira...rs rs

Abraços,

Dihelson Mendonça