Vereadores cassam nome da Imperatriz Leopoldina em rua de Crato
Vem de há muito um triste costume da Câmara de Vereadores de Crato: mudar os nomes das ruas da cidade. As do centro tiveram antigas e pitorescas denominações tocadas por nomes de personagens, em boa parte desconhecidas pela população.
Vejamos um caso recente. Em 1998, intelectuais, professores e monarquistas caririenses procuraram os vereadores Ailton Esmeraldo e Edna Almino e pediram a esses edis para apresentarem projeto, à Câmara Municipal, dando o nome de Imperatriz Leopoldina a uma nova rua de Crato. Foram de pronto atendidos.
Colocada a matéria em votação, uma surpresa: alguns vereadores alegaram desconhecer quem fora e qual a participação que tivera a Imperatriz Leopoldina na história do Brasil. O então presidente da Câmara Municipal, Cláudio Gonçalves Esmeraldo, usou de bom senso. Convidou-me a comparecer à sede do legislativo cratense para proferir palestra sobre a primeira imperatriz brasileira. Assim o fiz. Ao final da minha fala o projeto foi colocado em votação sendo aprovado por 20 votos a favor, com uma abstenção: a do vereador Amadeu de Freitas, do PT.
Àquela época, o Partido dos Trabalhadores apresentava-se com um ar de superioridade. Seus filiados julgavam-se os donos da verdade, críticos de tudo, vestais da ética... Bastou o PT chegar ao Governo Federal, em 2003, para conhecermos sua verdadeira face. A ficha caiu a partir do “mensalão” culminando com o acordo para salvar o mandato de Renan Calheiros em troca de votos para manter a CPMF. Mas esta é outra história. Voltemos à troca de nome das ruas de Crato.
O ex-prefeito Raimundo Bezerra sancionou a Lei nº. 1.774 de 10 de junho de 1998, denominando de “Rua Imperatriz Leopoldina” a artéria que tem inicio ao lado direito da Avenida Padre Cícero – sentido Crato-Juazeiro – que dá acesso ao Parque Getúlio Vargas-Morro da Coruja em toda a sua extensão.
Recentemente, como me informou o ex-vereador Ailton Esmeraldo, os atuais vereadores (provavelmente desconhecendo que aquela rua já tinha denominação oficial) aprovaram sua denominação como Orestes Costa.
Será que se lembraram de revogar a Lei nº. 1.774? Caso contrário, aquela rua tem agora duas denominações. Existem vereadores na atual legislatura, que já exerciam mandato em 1998 e se lembram do episódio que acabei de relatar.
Em tempo: acho justo que o Sr. Orestes Costa seja homenageado como patrono de uma rua de Crato. Mas que, para isso acontecesse não precisaria rasgar uma lei já existente. A Imperatriz Leopoldina, que tantos serviços prestou ao Brasil, não merecia uma desfeita dessas...
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