TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Interblogs

Eis o comentário que Luiz Carlos Salatiel fez sobre o antológico disco Cabelos de Sansão, de Tiago Araripe, lançado em long playing (LP), em 1982, e agora prestes a ser relançado em compact disk (CD), pelo selo de Zeca Baleiro.
O comentário foi publicado originalmente no blog Cabelos de Sansão, mantido por Tiago Araripe (veja link ao lado).


Cine Cassino, por Luiz Carlos Salatiel


"Quando me vi diante do LP Cabelos de Sansão, do Tiago, tudo cheirava a novo e ousado. Anos 80. Era um pouco da gente do Crato irradiando de São Paulo pro mundo marcado na inesquecível canção Cine Cassino, que poetizava uma experiência comum a todos os adolescentes daqui das cidades interioranas: o escuro do cinema como grande aliado das nossas inocentes (nem tanto!) proezas libidinosas. Genial! Ainda mais, a homenagem ao nosso querido Cine Cassino com a voz do Tiago e o piano ´tresloucado´ do Arrigo Barnabé me fascinaram. Então, vinte anos depois, quando montava o elenco de canções que fariam parte desse meu Contemporâneo, naturalmente Cine Cassino foi das primeiras que me vieram à cabeça. Ao mesmo tempo homenagearia Tiago (a quem admiro muito), o Cine Cassino (que resiste e não se transformou ainda em Igreja Evangélica) e o cinema (uma paixão permanente). Acertei!"

Luiz Carlos Salatiel


Observações deste Blog:

Na Cine Cassino de Cabelos de Sansão, bem que o piano poderia ter sido do Arrigo Barnabé. Éramos vizinhos da Vila Madalena e tínhamos boa proximidade. Entretanto, Arrigo não participou do disco. Pedi a Felipe Ávila, guitarrista de sólida formação musical e integrante da banda Sexo dos Anjos, que fizesse o arranjo da canção - tarefa que ele cumpriu magistralmente reunindo os timbres de violão de aço (que ele mesmo tocou), piano e cello. O piano ficou a cargo do jovem músico alemão Felix Wagner, radicado em São Paulo. Com apenas 21 anos na época, Felix já era multiinstrumentista e professor de música. O cello foi executado por Renato Lemos, e o Wilson Souto Jr. - produtor da bolacha - tocou bells. A reunião desses e de tantos outros talentos foi fundamental para a qualidade alcançada em Cabelos de Sansão. (Tiago Araripe)

5 comentários:

Dihelson Mendonça disse...

Eu tenho uma versão que fiz de "Cine Cassino" comigo ao piano e Salatiel que é inédita, em que no piano eu procuro imitar o estilo pianístico do Liszt.

Qualquer hora dessas essa peça será publicada...

Abraços,

Dihelson Mendonça

Carlos Rafael Dias disse...

Que bom, Dihelson, aguardamo-a para ouví-la. A melodia é muito bonita, tal qual a letra. Para quem não a conhece, ei-la:

"Tuas pernas gordinhas balançam juntas as minhas
Mas ainda estais distante como um elefante
Será se influi o fato de eu ser leão
Ou há uma razão secreta
O cupido fez mais um estrago atirou sua flecha no meu coração
Você se abaixou como quem se agacha
Para procurar o que nunca perdeu e acha
Esse encontro clandestino na sessão das quatro do cine Cassino
Só vem atestar
Os criminosos sempre voltam ao local do crime"

P.S.: A letra foi recuperada diretamente da memória. Corrijam-me se necessário.

Pachelly Jamacaru disse...

Luiz foi feliz na releitura dessa cult-música que também é muito boa em sua versão original!
abraços,
Pachelly J.

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Dihelson tem uma das versões que fiz para o disco que não saiu ( gravado no estúdio analógico de Ceivan) e, concordo com ele, o piano está de uma beleza...!
No meu comentário a respeito da escolha de Cine Cassino me confundí sobre quem tocava o piano, realmente. Parecia o Arrigo, mas não era um barnabé!

Tiago Araripe disse...

Dihelson, aguardo a publicação da sua versão de "Cine Cassino". Quem sabe descubro como faz para - se você autorizar, claro - colocá-la no meu blog.

Carlos Rafael, aqui vai a letra tal e qual foi gravada:

Tuas pernas gordinhas / balançam junto às minhas / me alcançam / mas ainda estás distante / como um elefante / Será que influi o fato / de eu ser Leão / ou há uma razão secreta? / O cupido fez mais um escravo / Atirou suas flechas no meu coração / Você se agachou / Como quem se agacha / Para procurar o que nunca perdeu / e acha / que esse encontro clandestino / na sessão das quatro / do Cine Cassino / só vem atestar: não adianta o filme / Os criminosos sempre voltam ao local do filme.

Pachelly, bom "ouvir" você.

Abraços musicais a todos.

Tiago Araripe