O comentário foi publicado originalmente no blog Cabelos de Sansão, mantido por Tiago Araripe (veja link ao lado).
"Quando me vi diante do LP Cabelos de Sansão, do Tiago, tudo cheirava a novo e ousado. Anos 80. Era um pouco da gente do Crato irradiando de São Paulo pro mundo marcado na inesquecível canção Cine Cassino, que poetizava uma experiência comum a todos os adolescentes daqui das cidades interioranas: o escuro do cinema como grande aliado das nossas inocentes (nem tanto!) proezas libidinosas. Genial! Ainda mais, a homenagem ao nosso querido Cine Cassino com a voz do Tiago e o piano ´tresloucado´ do Arrigo Barnabé me fascinaram. Então, vinte anos depois, quando montava o elenco de canções que fariam parte desse meu Contemporâneo, naturalmente Cine Cassino foi das primeiras que me vieram à cabeça. Ao mesmo tempo homenagearia Tiago (a quem admiro muito), o Cine Cassino (que resiste e não se transformou ainda em Igreja Evangélica) e o cinema (uma paixão permanente). Acertei!"
Luiz Carlos Salatiel
Observações deste Blog:
Na Cine Cassino de Cabelos de Sansão, bem que o piano poderia ter sido do Arrigo Barnabé. Éramos vizinhos da Vila Madalena e tínhamos boa proximidade. Entretanto, Arrigo não participou do disco. Pedi a Felipe Ávila, guitarrista de sólida formação musical e integrante da banda Sexo dos Anjos, que fizesse o arranjo da canção - tarefa que ele cumpriu magistralmente reunindo os timbres de violão de aço (que ele mesmo tocou), piano e cello. O piano ficou a cargo do jovem músico alemão Felix Wagner, radicado em São Paulo. Com apenas 21 anos na época, Felix já era multiinstrumentista e professor de música. O cello foi executado por Renato Lemos, e o Wilson Souto Jr. - produtor da bolacha - tocou bells. A reunião desses e de tantos outros talentos foi fundamental para a qualidade alcançada em Cabelos de Sansão. (Tiago Araripe)
5 comentários:
Eu tenho uma versão que fiz de "Cine Cassino" comigo ao piano e Salatiel que é inédita, em que no piano eu procuro imitar o estilo pianístico do Liszt.
Qualquer hora dessas essa peça será publicada...
Abraços,
Dihelson Mendonça
Que bom, Dihelson, aguardamo-a para ouví-la. A melodia é muito bonita, tal qual a letra. Para quem não a conhece, ei-la:
"Tuas pernas gordinhas balançam juntas as minhas
Mas ainda estais distante como um elefante
Será se influi o fato de eu ser leão
Ou há uma razão secreta
O cupido fez mais um estrago atirou sua flecha no meu coração
Você se abaixou como quem se agacha
Para procurar o que nunca perdeu e acha
Esse encontro clandestino na sessão das quatro do cine Cassino
Só vem atestar
Os criminosos sempre voltam ao local do crime"
P.S.: A letra foi recuperada diretamente da memória. Corrijam-me se necessário.
Luiz foi feliz na releitura dessa cult-música que também é muito boa em sua versão original!
abraços,
Pachelly J.
Dihelson tem uma das versões que fiz para o disco que não saiu ( gravado no estúdio analógico de Ceivan) e, concordo com ele, o piano está de uma beleza...!
No meu comentário a respeito da escolha de Cine Cassino me confundí sobre quem tocava o piano, realmente. Parecia o Arrigo, mas não era um barnabé!
Dihelson, aguardo a publicação da sua versão de "Cine Cassino". Quem sabe descubro como faz para - se você autorizar, claro - colocá-la no meu blog.
Carlos Rafael, aqui vai a letra tal e qual foi gravada:
Tuas pernas gordinhas / balançam junto às minhas / me alcançam / mas ainda estás distante / como um elefante / Será que influi o fato / de eu ser Leão / ou há uma razão secreta? / O cupido fez mais um escravo / Atirou suas flechas no meu coração / Você se agachou / Como quem se agacha / Para procurar o que nunca perdeu / e acha / que esse encontro clandestino / na sessão das quatro / do Cine Cassino / só vem atestar: não adianta o filme / Os criminosos sempre voltam ao local do filme.
Pachelly, bom "ouvir" você.
Abraços musicais a todos.
Tiago Araripe
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