A abelha que, voando, freme sobre
A colorida flor, e pousa, quase
Sem diferença dela
À vista que não olha,
Não mudou desde Cecrops. Só quem vive
Uma vida com ser que se conhece
Envelhece, distinto
Da espécie de que vive.
Ela é a mesma que outra que não ela.
Só nós — ó tempo, ó alma, ó vida, ó morte! —
Mortalmente compramos
Ter mais vida que a vida.
Fernando Pessoa
2 comentários:
Zé: baixa no assunto com sutileza. Também podera logo com Fernando Pessoa. Eis onde cabe a poesia na vida das pessoas pequenas demais para o tamanho que lhe é próprio.
Essa é a lavra da poesia esotérica do poeta Pessoa. Muito mística essa poesia.
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