TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A crônica de Pedro Esmeraldo


A VOLTA DOS PICA-PAUS
Pedro Esmeraldo

Numa manhã fria de junho, andando absorto nas ruas do Pimenta deparei-me com um senhor de idade (citando Machado de Assis), que apenas conheço de vista e de boné. Aproximou-se de mim dizendo que se o Crato tivesse dez homens da minha estirpe, corajoso e audacioso, a cidade tomaria outro rumo.
Continuando com seu colóquio, argumentava que considerava alguns políticos parecidos com um bando de pica-paus, pois, vivem maltratando as árvores sem conseguir exterminar. Por essa razão, alguns políticos do Crato, a partir da década de 1980. tentaram arruinar o Crato. mas felizmente, o Crato continua progredindo às custas do esforço dos seus filhos. Por este motivo, Crato perdeu grandes obras que seriam o estopim do avanço tecnológico desta região. Felizmente, não lograram êxito no seu intento, visto que esta cidade é bem alicerçada e ninguém pode destruí-la.
Continuando com sua conversa, dizia-me que o Crato sofreu o abalo em seu progresso devido a caturrice de seus administradores, pensando eles que poderiam confundir bagulho com bugalho. Prosseguindo com sua conversação, afirmava que o Crato precisa de sangue novo, devendo-se encostar com pessoas honestas, eficientes, capacitadas e técnicas. Devem-se afastar dessa velharia arcaica e intolerante vez que permanece no mesmo ritmo de outrora, praticando o clientelismo, enganando o povo com banana e bolo: dizendo que são os maiorais e complacentes com o progresso.
Afirmava com toda sinceridade; uma frase filosófica que se não me engano pertence a Abraão Lincoln: "Engana-se o povo parte do tempo; engana-se parte do povo todo tempo, mas não se engana o povo todo o tempo". Concluindo, essa frase dizia: esses homens desejam entrar no céu à força, não auscultam o povo e muitas vezes já velhos e carcomidos, teimam em querer dizer que têm garra suficiente para enfrentar o batente.
Insistindo em sua conversa longa, confirmava que havia políticos sedentários, não arredam o pé nesta cidade, e permanecem sem investir em obras estruturais que podem elevar o bom desempenho do progresso da cidade. Prolongando ainda em sua conversação, dizia que um político de tempos passados saiu daqui para ir a capital federal a fim de conseguir verbas para dar início às obras projetadas no seu governo. Chegando lá, mudou de rumo, partiu para uma fazenda no interior de Goiás.
Finalmente, coçou a cabeça, tornou a usar o chapéu e saiu enraivecido com o comportamento desses políticos ruidosos.
Eu, portanto, fiquei matutando, tentando decifrar as palavras desse senhor. Talvez, seja pura realidade.

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