TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 9 de julho de 2008

UNIVERSIDADE ABERTA (UFRJ) E UNIVERSIDADE FECHADA (URCA): A SANTA INQUISIÇÃO IDEOLÓGICA MODERNA

Durante os anos de pesquisa de mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) eu era feliz como acadêmico e não sabia. Hoje, sinto-me profundamente frustrado por chegar a conclusão que acabei ingressando numa universidade fechada (URCA). E por que afirmo isso? Pela forma como estou sendo desrespeitado por professores que não aceitam que a universidade se abra para a compreensão dos fenômenos ditos “paranormais” ou “espirituais”. Então, porque tornei esses fenômenos objetos de meu estudo acadêmico sou tachado (por mentes muito estreitas) de “pseudo cientista”. De modo que, não me deixo abalar e respondo dizendo que os professores e alunos do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS-UFRJ) são também. Ainda me lembro quando freqüentava o IFCS em 1994-1995 para assistir aulas de Teoria de Valor e do Trabalho em Marx, assisti perplexo por duas vezes em dois anos, no imenso auditório superlotado, palestra de mais de duas horas de uma mulher indiana (conhecida como a “Mãe”) que era convidada todos os anos para relatar suas descobertas no campo “paranormal” e “espiritual”. É interessante que ela se vestia a caráter - naturalmente na moda indiana! E além disso, carregava uma pequena pintura no centro da testa (costume indiano). O mais interessante de tudo é que centenas de pessoas (estudantes, professores, convidados e funcionários) ficavam amontoados no auditório (muitos deles sentavam no chão – não sobrava cadeira para tanta gente!) de tanto interesse que havia no tema e na palestra da mestra indiana. Ela era respeitada e admirada por vários estudantes e professores. Ao final da palestra ninguém deixava o auditório, esperando o debate que acontecia onde se discorria sobre a filosofia oriental e as práticas orientais de meditação. E eu que acabava de sair da sala de aula, de uma discussão pesada sobre a teoria do valor e do trabalho em Marx, encontrava no andar inferior do prédio esse ambiente totalmente leve e gostoso. Ou seja, a universidade aceitava que se discutisse tudo, inclusive, fenômenos sutis da natureza humana. Fantástico! O clima nos dois ambientes era de inteligência e respeito pelo saber do outro. Recentemente fiz (junto com as profas Anna Cristina e Norma e vários alunos) uma exposição no pátio de pedagogia da URCA do tema: MOVIMENTO DO POVO TIBETANO – CULTURA, IDENTIDADE E LIBERDADE. E durante mais de uma semana discursei em frente aos painéis sobre o movimento do povo tibetano e a cultura oriental. Vários estudantes, professores e funcionários ficaram muito interessados, a ponto de alguns deles proporem a formação de um grupo de estudo que já está em andamento no NERE/NECEF. Mas, o que mais me deixou triste foi ter constatado o patrulhamento ideológico claro e constrangedor feito por alunos (uma minoria) cooptados para servirem de soldados ideológicos de uma esquerda radical. Infelizmente, alguns deles (um deles fingiu chutar um trabalho nosso que estava montado no chão) tentaram fazer barulho para dificultar as minhas explanações. O sentimento que tenho ao longo desses seis anos de URCA é que essa universidade infelizmente está se fechando ideologicamente prejudicando a formação de jovens que buscam na universidade um caminho de sabedoria ampla com liberdade da consciência. Cabe aqui uma pergunta: que universidade queremos para o Cariri? Aberta ou fechada? Holística ou ideológica? Que mentes desejamos educar ou formar? A verdade pode ser negada ou escondida desses jovens sedentos em aprender sobre o multiverso da nossa realidade e cultura humana? Que horizonte de ciência devemos passar para eles? Graças a Deus passei por uma universidade aberta e lá podia (e se pode ainda!) se discutir temas transversais sem que fossemos tachados de pseudos cientistas. Infelizmente a URCA está muito longe disso! Ela está no final da Idade Média na santa inquisição ideológica moderna!
obs.: ALBERT EINSTEIN também era um pseudo cientista porque este gênio fazia práticas orientais meditativas (ele gostava do budismo e do hinduísmo). E aí José Dirceu..?
Prof. Bernardo Melgaço da Silva (88) 9201-9234 – bernardomelgaco@hotmail.com

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