TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 28 de outubro de 2008

alpiste

Arrisco
um verso de improviso em cima da corda
com o sentimento que pulula e se recolhe
ao mínimo risco de ameaça

Num debate íntimo, viro a mesa
dou nó em toalha cor de vinho
roxo, rubro, cor de sangue pisado
ou poesia de Gregório de Matos
incógnita, de fato, é a fantasia
cujos beijos passados
nem a pássaros alimentaria

tela tangerina
meninas de 40
meninos de pipa no ar
bambeia a corda nessa brincadeira
dou voltas sobre a cabeça
com a toalha na mão
quase caio, ainda bem, abaixo
a fogueira não está acesa

na tensão reduzida
a corda suporta melhor
o que incide sobre a gravidade do próximo dia
equilíbrio e suor, amor em banho-maria,
grave mesmo é ficar sem poesia

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