TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Margarita

Dentro do nosso abismo pessoal
brilha uma pérola
mas a ostra
é pouco confiável.

Dentro da nossa alma exumada
vozes cotidianas se debatem entre paredes.

O labor mais extenuante
é arrancar as teias de aranha
enquanto chove.

Havemos de ser cuidadosos com o alicate.
A pérola perde a preciosidade
se ferirmos o molusco.

E de nada adiantará o silêncio
se todos os sonhos perderem seus ninhos
em paredes envernizadas.

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