Joseph Sobran
Nada, ao que parece, consegue dissipar a crença de que Pio XII manteve um “vergonhoso silêncio” em torno da perseguição dos judeus durante a II Guerra Mundial. Mas Ralph McInerny, no seu livro The Defamation of Pius XII (“A Difamação de Pio XII”), cita o que judeus, famosos ou não, disseram naquele tempo.
“Só a Igreja Católica protestou contra o assalto hitlerista à liberdade”, disse Albert Einstein.
Em 1942, o jornal Jewish Chronicle, de Londres, observou: “Uma palavra de sincera e profunda apreciação é devida pelos judeus ao Vaticano por sua intervenção em Berlim e Vichy em favor de seus correligionários torturados na França... Foi uma iniciativa incentivada, honrosamente, por um bom número de católicos, mas para a qual o próprio Santo Padre, com sua intensa humanidade e sua clara compreensão das verdadeiras e mortais implicações dos assaltos contra o povo judeu, não precisou ser incentivado por ninguém.”
O Dr. Alexandre Safran, rabino-chefe da Romênia, escreveu em 1944: “Nestes tempos duros, nossos pensamentos, mais que nunca, voltam-se com respeitosa gratidão ao Soberano Pontífice, que fez tanto pelos judeus em geral... No nosso pior momento de provação, a generosa ajuda e o nobre apoio da Santa Sé foram decisivos. Não é fácil encontrar as palavras adequadas para expressar o alívio e o consolo que o magnânimo gesto do Supremo Pontífice nos deu, oferecendo vastos subsídios para aliviar os sofrimentos dos judeus deportados. Os judeus romenos jamais esquecerão esses fatos de importância histórica.”
Quando os Aliados libertaram Roma, uma Brigada Judaica afirmou em seu Boletim: “Para a glória perene do povo de Roma e da Igreja Católica Romana, podemos afirmar que o destino dos judeus foi aliviado pelas suas ofertas verdadeiramente cristãs de assistência e abrigo. Mesmo agora, muitos ainda permanecem em lares religiosos que abriram suas portas para protegê-los da deportação e da morte certa.”
Um sobrevivente, citado num diário hebraico de Israel, disse: “Se fomos resgatados, se os judeus ainda estão vivos em Roma, venham conosco e agradeçamos ao Papa no Vaticano.”
Um Comitê da Junta Judaica Americana de Bem-Estar Social escreveu ao próprio Pio XII: “Recebemos relatórios de nossos capelães militares na Itália sobre a ajuda e a proteção dos judeus italianos pelo Vaticano, pelos padres e pelas instituições da Igreja durante a ocupação nazista do país. Estamos profundamente comovidos diante dessa extraordinária manifestação de amor cristão – tanto mais porque sabemos dos riscos corridos por aqueles que se prontificaram a abrigar os judeus. Do fundo de nossos corações enviamos a V. Santidade a expressão de nossa imorredoura gratidão.”
Os veteranos de um campo liberado foram a Roma e apresentaram a Pio XII a seguinte carta: “Agora que os Aliados vitoriosos quebraram nossas cadeias e nos libertaram do cativeiro e do perigo, que nos seja permitido expressar nossa profunda e devota gratidão pelo conforto e ajuda que Vossa Santidade se dignou de nos garantir com paternal preocupação e infinita ternura ao longo dos anos de nosso internamento e perseguição... Ao fazê-lo, Vossa Santidade, como a primeira e a mais alta autoridade na Terra, ergueu sua voz universalmente respeitada, em face de nossos perigosos inimigos, para defender abertamente nossos direitos e a dignidade humana... Quando estávamos ameaçados de deportação para a Polônia, em 1942, Vossa Santidade estendeu sua mão paternal para nos proteger, e deteve a transferência dos judeus internados na Itália, com isto salvando-nos da morte quase certa. Com profunda confiança e esperança de que a obra de Vossa Santidade será coroada com sucesso continuado, expressamos nossos agradecimentos de coração e rogamos ao Todo-Poderoso: Que Vossa Santidade possa reinar por muitos anos na Santa Sé e exercer sua benéfica influência sobre o destino das nações.”
Poucos meses depois, o Congresso Judaico Mundial enviou um telegrama à Santa Sé, agradecendo pela proteção dada “sob condições difíceis, aos judeus perseguidos na Hungria sob domínio alemão”.
O rebino-chefe de Jerusalém, Isaac Herzog, disse: “Agradeço ao Papa e à Igreja, do fundo do meu coração, por toda a ajuda que nos deram.”
Moshe Sharett, um eminente sionista, resumiu assim sua entrevista pessoal com o Papa: “Eu disse a ele que meu primeiro dever era agradecer-lhe, e através dele a toda a Igreja Católica, em nome do público judeu, por tudo o que fizeram em todos os países para resgatar judeus -- para salvar as crianças e os judeus em geral. Estamos profundamente agradecidos à Igreja Católica pelo que ela fez naqueles países para salvar nossos irmãos.”
O Dr. Leon Kubowitzky, do Conselho Mundial Judaico, ofereceu uma vasta doação em dinheiro ao Vaticano, “em reconhecimento pela obra de Santa Sé ao resgatar judeus das perseguições fascista e nazista”.
Raffaele Cantoni, do Comitê Judaico de Bem-Estar Social da Itália, afirmou: “A Igreja Católica e o papado deram prova de que salvaram tantos judeus quanto puderam".
Essas nobres e comoventes palavras requerem poucos comentários. Registro-as aqui em honra de Pio XII, da Igreja Católica e dos homens bons que as pronunciaram.
“Só a Igreja Católica protestou contra o assalto hitlerista à liberdade”, disse Albert Einstein.
Em 1942, o jornal Jewish Chronicle, de Londres, observou: “Uma palavra de sincera e profunda apreciação é devida pelos judeus ao Vaticano por sua intervenção em Berlim e Vichy em favor de seus correligionários torturados na França... Foi uma iniciativa incentivada, honrosamente, por um bom número de católicos, mas para a qual o próprio Santo Padre, com sua intensa humanidade e sua clara compreensão das verdadeiras e mortais implicações dos assaltos contra o povo judeu, não precisou ser incentivado por ninguém.”
O Dr. Alexandre Safran, rabino-chefe da Romênia, escreveu em 1944: “Nestes tempos duros, nossos pensamentos, mais que nunca, voltam-se com respeitosa gratidão ao Soberano Pontífice, que fez tanto pelos judeus em geral... No nosso pior momento de provação, a generosa ajuda e o nobre apoio da Santa Sé foram decisivos. Não é fácil encontrar as palavras adequadas para expressar o alívio e o consolo que o magnânimo gesto do Supremo Pontífice nos deu, oferecendo vastos subsídios para aliviar os sofrimentos dos judeus deportados. Os judeus romenos jamais esquecerão esses fatos de importância histórica.”
Quando os Aliados libertaram Roma, uma Brigada Judaica afirmou em seu Boletim: “Para a glória perene do povo de Roma e da Igreja Católica Romana, podemos afirmar que o destino dos judeus foi aliviado pelas suas ofertas verdadeiramente cristãs de assistência e abrigo. Mesmo agora, muitos ainda permanecem em lares religiosos que abriram suas portas para protegê-los da deportação e da morte certa.”
Um sobrevivente, citado num diário hebraico de Israel, disse: “Se fomos resgatados, se os judeus ainda estão vivos em Roma, venham conosco e agradeçamos ao Papa no Vaticano.”
Um Comitê da Junta Judaica Americana de Bem-Estar Social escreveu ao próprio Pio XII: “Recebemos relatórios de nossos capelães militares na Itália sobre a ajuda e a proteção dos judeus italianos pelo Vaticano, pelos padres e pelas instituições da Igreja durante a ocupação nazista do país. Estamos profundamente comovidos diante dessa extraordinária manifestação de amor cristão – tanto mais porque sabemos dos riscos corridos por aqueles que se prontificaram a abrigar os judeus. Do fundo de nossos corações enviamos a V. Santidade a expressão de nossa imorredoura gratidão.”
Os veteranos de um campo liberado foram a Roma e apresentaram a Pio XII a seguinte carta: “Agora que os Aliados vitoriosos quebraram nossas cadeias e nos libertaram do cativeiro e do perigo, que nos seja permitido expressar nossa profunda e devota gratidão pelo conforto e ajuda que Vossa Santidade se dignou de nos garantir com paternal preocupação e infinita ternura ao longo dos anos de nosso internamento e perseguição... Ao fazê-lo, Vossa Santidade, como a primeira e a mais alta autoridade na Terra, ergueu sua voz universalmente respeitada, em face de nossos perigosos inimigos, para defender abertamente nossos direitos e a dignidade humana... Quando estávamos ameaçados de deportação para a Polônia, em 1942, Vossa Santidade estendeu sua mão paternal para nos proteger, e deteve a transferência dos judeus internados na Itália, com isto salvando-nos da morte quase certa. Com profunda confiança e esperança de que a obra de Vossa Santidade será coroada com sucesso continuado, expressamos nossos agradecimentos de coração e rogamos ao Todo-Poderoso: Que Vossa Santidade possa reinar por muitos anos na Santa Sé e exercer sua benéfica influência sobre o destino das nações.”
Poucos meses depois, o Congresso Judaico Mundial enviou um telegrama à Santa Sé, agradecendo pela proteção dada “sob condições difíceis, aos judeus perseguidos na Hungria sob domínio alemão”.
O rebino-chefe de Jerusalém, Isaac Herzog, disse: “Agradeço ao Papa e à Igreja, do fundo do meu coração, por toda a ajuda que nos deram.”
Moshe Sharett, um eminente sionista, resumiu assim sua entrevista pessoal com o Papa: “Eu disse a ele que meu primeiro dever era agradecer-lhe, e através dele a toda a Igreja Católica, em nome do público judeu, por tudo o que fizeram em todos os países para resgatar judeus -- para salvar as crianças e os judeus em geral. Estamos profundamente agradecidos à Igreja Católica pelo que ela fez naqueles países para salvar nossos irmãos.”
O Dr. Leon Kubowitzky, do Conselho Mundial Judaico, ofereceu uma vasta doação em dinheiro ao Vaticano, “em reconhecimento pela obra de Santa Sé ao resgatar judeus das perseguições fascista e nazista”.
Raffaele Cantoni, do Comitê Judaico de Bem-Estar Social da Itália, afirmou: “A Igreja Católica e o papado deram prova de que salvaram tantos judeus quanto puderam".
Essas nobres e comoventes palavras requerem poucos comentários. Registro-as aqui em honra de Pio XII, da Igreja Católica e dos homens bons que as pronunciaram.
Fonte: http://www.oindividuo.com/
2 comentários:
Caro Antônio Sávio:
Os cristãos, desde os primeiros tempos ( e lá se vão dois mil anos), sempre foram perseguidos e não devem estranhar as injustiças de hoje.
Nos dias atuais, uma minoria aceita, sem espírito crítico, qualquer escrito e qualquer mentira para denegrir a Igreja Católica.
Não nos iludamos. Eles sabem que são mentiras, mas as repetem para seguir o exemplo de Voltaire:
“Menti, menti que alguma coisa há de ficar” .
Tempos atrás, num editorial do Jornal do Brasil, cujo texto guardei, li: “ Homem discreto e silencioso, notoriamente avesso a fotógrafos por exemplo, Pio XII certamente não contava estar debaixo dos holofotes mais de 50 anos depois de sua morte”.
Quanta falsidade lançam sobre a memória daquele santo Papa.
Para mim, basta o depoimento da ex-primeira ministro Golda Meir, uma das pioneiras do Estado de Israel, grande mulher (sincera, corajosa e veraz). Quando era ministra do Exterior, à época da morte de Pio XII, ela fez as seguintes declarações:
"Durante o decênio do terror nazista, quando nosso povo sofreu terrível martírio, a voz do papa se levantou para condenar os perseguidores e para pedir compaixão em favor de suas vítimas." (na entrevista do jesuíta Pierre Blat a Le Figaro Magazine, Paris, 18-9-99).
Por aí se vê que o alegado silêncio de Pio XII não foi absoluto.
A quem tinha ouvidos de ouvir, como Golda Meir, seus pronunciamentos chegaram.
E isso basta.
(Fonte: FOLHA DE S.PAULO)
05/03/2009 - 00h35
Vaticano divulga documento em que Pio 12 mandou salvar judeus do nazismo
O papa Pio 12 (1939-1958) ordenou que os mosteiros dessem cobertura aos judeus perseguidos pelos nazistas, segundo um documento de 1943 achado num convento de freiras agostinianas de Roma, informou a Rádio Vaticano nesta quarta-feira. Grupos judaicos acusam o papa que comandou a igreja durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) de não atuar firmemente contra o Holocausto.
Segundo a rádio, uma nota extraída do "Memorial das Religiosas Agostinianas do Mosteiro dos Quatro Santos Coroados de Roma" traz a seguinte mensagem: "O Santo Padre quer salvar todos os seus filhos, também os judeus, e ordena que os mosteiros deem hospitalidade a estes perseguidos".
O documento inclui ainda os nomes de 24 pessoas que foram recebidas pelo convento.
"Trata-se de um documento muito importante, já que é escrito" à mão, o que confirma os vários testemunhos orais sobre o trabalho de Pio 12 a favor dos judeus durante a perseguição nazista, destacou à Rádio Vaticano o jesuíta Peter Gumpel, postulante da causa de beatificação de Pio 12, processo que pode levar o antigo pontífice a ser decarado santo pela igreja.
Historiadores e líderes judeus acusam Pio 12 de antissemitismo por, segundo eles, não ter enfrentado com força suficiente o regime de Hitler, algo sempre negado pelo Vaticano.
Gumpel acrescentou que, nos anos de perseguição do nazismo, nas "situações como as que eram vividas em Roma, uma pessoa prudente não colocava muitas coisas por escrito, já que havia o risco de elas caírem nas mãos dos inimigos e de serem adotadas medidas ainda mais hostis contra a Igreja Católica".
"A obra de salvamento de Pio 12, confirmada também por fontes judaicas, foi feita mediante mensagens pessoais, mediante sacerdotes que eram enviados a instituições e casas católicas de Roma, à universidade, aos seminários, às paróquias e aos conventos de freiras, sempre com a mensagem 'Abram as portas a todos os perseguidos pelo nazismo'", o que significava "primeiro, os judeus", afirmou Gumpel.
O jesuíta reiterou que o novo documento desarma todos aqueles "que de maneira persistente querem denegrir Pio 12 e toda a Igreja Católica". Além disso, declarou esperar que o papa Bento 16 assine o decreto que abrirá caminho para a beatificação de um de seus antecessores.
Autoridades israelenses e grupos judaicos disseram que, enquanto os arquivos do Vaticano sobre o papado de Pio 12 permanecem fechados para os pesquisadores, a questão sobre o que o pontífice fez ou não fez para salvar os judeus continua sem solução.
No ano passado, o papa Bento 16, em uma homenagem a Pio 12, insistiu que o antecessor trabalhou silenciosamente nos bastidores para salvar o maior número possível de judeus. Ele manifestou esperança de que o antigo papa fose elevado a santo, mas também determinou o congelamento do processo até que os arquivos do Vaticano do período da guerra sejam abertos aos pesquisadores.
Outros episódios
A controvérsia em relação ao papel de Pio 12 no auxílio aos judeus é apenas um dos pontos de atrito entre o Vaticano e grupos judaicos. Em janeiro deste ano, a reabilitação do bispo britânico Richard Williamson, cuja excomunhão foi suspensa junto às de outros três bispos tradicionalistas expulsos da igreja nos anos 80, deu origem a uma polêmica que ainda não terminou. Depois de anunciado o perdão papal, foi ao ar uma entrevista em que Williamson negou a extensão do Holocausto.
Segundo ele, os nazistas teriam matado cerca de 300 mil judeus, e não 6 milhões como é amplamente aceito pelos historiadores. Williamson também disse não acreditar que câmaras de gás tivessem sido usadas para matar os prisioneiros judeus nos campos de concentração.
Em meio a uma forte reação internacional, o papa exigiu que Williamson se retratasse, dizendo que negar o Holocausto é "totalmente inaceitável".
No último dia 26, após ser expulso da Argentina, Williamson pediu perdão pelas declarações sobre o Holocausto, mas não rejeitou o que dissera. Nem o Vaticano nem grupos judaicos aceitaram o pedido.
Dias antes do início da polêmica em torno de Williamson, o cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício de Justiça e Paz do Vaticano, disse que a faixa de Gaza, durante uma ofensiva de 22 dias das Forças Armadas de Israel, assemelhava-se a um campo de concentração.
Em 2007, o papa enfureceu muitos judeus ao suspender restrições a missas em latim com o rito tridentino, que contém uma oração pela conversão dos judeus. A Associação dos Rabinos Italianos decidiu, em resposta à decisão sobre a missa, boicotar as celebrações do dia anual de diálogo inter-religioso entre judeus e cristãos, no dia 17 de janeiro, instituído pelo papa João Paulo 2º como uma forma de combater o antissemitismo.
Com Efe e Reuters
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