A natureza substantiva da política se encontra na capacidade coletiva de transformar os elementos da vida material e cultural de uma sociedade. Por isso ela subtende a própria capacidade humana de modificar seu destino. Desde a Grécia quando o conceito é desenvolvimento mais claramente até os nossos dias esta “capacidade” tem sofrido modificações que por vezes lhe dão potência e noutras lhe reduzem. Desde o renascimento, com o fortalecimento da individualidade, e depois o iluminismo e a revolução industrial, a política tem sido acrescida em vontade transformadora. As evidências são as inúmeras revoluções desde o século XVII que rapidamente modificaram sociedades arcaicas. Isso que se chamou modernidade.
Agora, nesta primeira década do século XXI, ainda se percebe um acréscimo de capacidade da política. Por isso é que, especialmente depois da segunda guerra e da crítica aos regimes autoritários de governo (dos quais a política é uma parte inseparável) é que se passou a uma nova adjetivação, ou melhor, uma nova forma de pensar tal capacidade que é a “promessa da política”. Isso certamente guarda uma estreita relação com os revolucionários socialistas, com todo aquele pensamento que “urdiu” a política como uma preparação para a revolução.
Por isso mesmo é que na reconquista do espaço político algumas forças remanescentes, do ponto de vista biológico com os cabelos brancos, se atêm à promessa da política. Uma promessa democrática, pluralista e reformista. Um tripé que busca estabelecer uma forma de decisão (a construção da vontade transformadora); um meio amplo de participação (de preservação e não superação de certas forças) e que aponta para um caminho que é de movimento.
Então a promessa é de conteúdo histórico. Refere-se ao mundo real e à sua crítica, especialmente à crítica das tratativas revolucionárias do século XX. Deste modo seria esta uma boa maneira das forças políticas em vontade de superação dos grandes problemas da humanidade em construir a promessa. A crítica é a base de uma promessa e por isso mesmo é promessa, mas há de se considerar como e onde ela incidirá.
Vejamos à questão do mundo real. A sua crítica envolve certamente a atual crise mundial do capitalismo central, à situação das periferias do sistema globalizado (que não é nova e se estrutura no primeiro mundo), aos problemas ambientais, àqueles da cultura consumista e concorrencial. Não se pode ter uma promessa política que não seja aquela transformadora do mundo em que vivemos. Então a construção daquele tripé só poderia ocorrer quando o mundo real estiver no centro desta promessa, a forma democrática há de considerar que na sua intenção há um movimento de superação (reformista) que se fará através de uma pluralidade de forças políticas e culturais.
Haveria aí uma forma de superação sem luta de contrários? Pelo que se conhece do mundo real, existem segmentos extensos de grandes privilégios com este mundo real e existe uma grande maioria insatisfeita com ele. Em qual forma de superação não entrarão em choque? A democracia seria uma delas, mas aí os próprios mecanismos da democracia teriam que ser superados para que a vontade transformadora seja uma promessa que represente uma “hegemonia” reformadora.
Novamente estamos em apuros. Como conciliar “hegemonia”, “maioria”, ou outro vetor resultante de uma série de outros que apontem para algum tipo de diferença, que contemple simultaneamente a manutenção do plural e do reformismo. Esta certamente é uma grande questão. Especialmente se pensarmos que uma promessa pode existir no pensamento humano e jamais se tornar um valor político ou uma vontade social. Contaremos sempre com o limite comum a todos que é a preservação do indivíduo, o seu equilíbrio material e cultural. Deste modo sendo a força de reserva última em que o bem estar sempre estará como verdade última das pessoas.
Neste sentido este nono ano do século XXI será amplo em promessas, em vetores apontando para diversas direções e principalmente, a astuta certeza de que tudo precisa mudar para ficar como se encontra. Não esperemos clareza nestes tempos. São tempos de muitos profetas, muitos condutores, pregadores de uma nova ordem, inquisidores de pecadores, todos criando um clima em que tudo pode azedar de uma hora para outra. Não existe uma salvação, não existe uma acomodação, não existe uma revolução. Tudo, neste momento, são possibilidades que precisam do veículo da política para ir ao encontro do bem estar geral.
Imagina-se que outro mundo seja possível, que o diálogo tem de se ampliar e se exercitar, que a promessa da política tem de se tornar em efetiva força militante, chegar até onde as pessoas se encontram. Que as forças estabelecidas têm a mesma ferramenta de salvaguarda do atual sistema de acumulação capitalista e que a usarão em larga medida. Que não será possível por em curso uma vontade baseada num tripé, com as contradições já citadas, sem levar em consideração o mesmo e insano mecanismo do reacionarismo de quem detém os privilégios. Por isso a construção da “hegemonia” em si mesma é composta dos efeitos do reacionarismo e do imobilismo.
Agora, nesta primeira década do século XXI, ainda se percebe um acréscimo de capacidade da política. Por isso é que, especialmente depois da segunda guerra e da crítica aos regimes autoritários de governo (dos quais a política é uma parte inseparável) é que se passou a uma nova adjetivação, ou melhor, uma nova forma de pensar tal capacidade que é a “promessa da política”. Isso certamente guarda uma estreita relação com os revolucionários socialistas, com todo aquele pensamento que “urdiu” a política como uma preparação para a revolução.
Por isso mesmo é que na reconquista do espaço político algumas forças remanescentes, do ponto de vista biológico com os cabelos brancos, se atêm à promessa da política. Uma promessa democrática, pluralista e reformista. Um tripé que busca estabelecer uma forma de decisão (a construção da vontade transformadora); um meio amplo de participação (de preservação e não superação de certas forças) e que aponta para um caminho que é de movimento.
Então a promessa é de conteúdo histórico. Refere-se ao mundo real e à sua crítica, especialmente à crítica das tratativas revolucionárias do século XX. Deste modo seria esta uma boa maneira das forças políticas em vontade de superação dos grandes problemas da humanidade em construir a promessa. A crítica é a base de uma promessa e por isso mesmo é promessa, mas há de se considerar como e onde ela incidirá.
Vejamos à questão do mundo real. A sua crítica envolve certamente a atual crise mundial do capitalismo central, à situação das periferias do sistema globalizado (que não é nova e se estrutura no primeiro mundo), aos problemas ambientais, àqueles da cultura consumista e concorrencial. Não se pode ter uma promessa política que não seja aquela transformadora do mundo em que vivemos. Então a construção daquele tripé só poderia ocorrer quando o mundo real estiver no centro desta promessa, a forma democrática há de considerar que na sua intenção há um movimento de superação (reformista) que se fará através de uma pluralidade de forças políticas e culturais.
Haveria aí uma forma de superação sem luta de contrários? Pelo que se conhece do mundo real, existem segmentos extensos de grandes privilégios com este mundo real e existe uma grande maioria insatisfeita com ele. Em qual forma de superação não entrarão em choque? A democracia seria uma delas, mas aí os próprios mecanismos da democracia teriam que ser superados para que a vontade transformadora seja uma promessa que represente uma “hegemonia” reformadora.
Novamente estamos em apuros. Como conciliar “hegemonia”, “maioria”, ou outro vetor resultante de uma série de outros que apontem para algum tipo de diferença, que contemple simultaneamente a manutenção do plural e do reformismo. Esta certamente é uma grande questão. Especialmente se pensarmos que uma promessa pode existir no pensamento humano e jamais se tornar um valor político ou uma vontade social. Contaremos sempre com o limite comum a todos que é a preservação do indivíduo, o seu equilíbrio material e cultural. Deste modo sendo a força de reserva última em que o bem estar sempre estará como verdade última das pessoas.
Neste sentido este nono ano do século XXI será amplo em promessas, em vetores apontando para diversas direções e principalmente, a astuta certeza de que tudo precisa mudar para ficar como se encontra. Não esperemos clareza nestes tempos. São tempos de muitos profetas, muitos condutores, pregadores de uma nova ordem, inquisidores de pecadores, todos criando um clima em que tudo pode azedar de uma hora para outra. Não existe uma salvação, não existe uma acomodação, não existe uma revolução. Tudo, neste momento, são possibilidades que precisam do veículo da política para ir ao encontro do bem estar geral.
Imagina-se que outro mundo seja possível, que o diálogo tem de se ampliar e se exercitar, que a promessa da política tem de se tornar em efetiva força militante, chegar até onde as pessoas se encontram. Que as forças estabelecidas têm a mesma ferramenta de salvaguarda do atual sistema de acumulação capitalista e que a usarão em larga medida. Que não será possível por em curso uma vontade baseada num tripé, com as contradições já citadas, sem levar em consideração o mesmo e insano mecanismo do reacionarismo de quem detém os privilégios. Por isso a construção da “hegemonia” em si mesma é composta dos efeitos do reacionarismo e do imobilismo.
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