TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O exemplo que vem de Juazeiro do Norte - por Tarso Araújo

Um bom exemplo.
Um exemplo que deve demorar a ser esquecido, o que foi dado hoje - 6ª feira, dia 15 de maio - pelos comerciantes e empresários de Juazeiro do Norte. Diante da violência que atinge a região, e não apenas Juazeiro, os comerciantes fecharam suas lojas de 9 às 10 horas de hoje, e ficaram do lado de fora de seus comércios, juntamente com os funcionários, num ato de protesto contra a violência. Os homens de negócios são duramente atingidos pela violência.
Alguns são assassinados, mortos dentro de seus estabelecimentos, como aconteceu neste mês em Juazeiro.A onda da violência não é pequena e deve ser refletida pelas autoridades políticas. Não apenas o Governo do Estado deve tomar providência, mas prefeitos e a União devem estar conscientes de suas responsabilidades com as pessoas, com os seres humanos.

Os comerciantes de Juazeiro deram o exemplo, e que esse exemplo seja seguido por todos no Cariri. Que haja uma onda de protestos na Região, para ver se o Governo do Estado acorda.foto: os comerciantes fecham suas portas, mas não apenas na rua São Pedro, em diversos pontos da cidade, o protesto aconteceu, inclusive com a participaçao dos condutores de transporte alternativo.
Postado por Tarso Araújo às 11:07

5 comentários:

Armando Rafael disse...

É isso aí.
Comerciantes e comerciários de Juazeiro do Norte, nos anos 80, fizeram um movimento que chegou a derrubar um Secretário da Fazenda do Ceará. O cara (não confundir com o outro "Cara" oriundo dos Sindicatos) foi plasmado num Banco estatal e achava que era o "Rei da Cocada Preta".
Não era.
A população da Terra do Padre Cícero tem tradição de assumir atitudes e providências que mudam o curso dos acontecimentos.
Lembrem-se de alguns episódios eleitorais, quando poderosos foram derrubados dos tronos e humildes exaltados...
Por tradição, os juazeirenses tanto promovem como derrubam lideranças graníticas.
Esta a vantagem de uma cidade onde a iniciativa privada comanda o progresso. A população não depende de empregos governamentais. A quase totalidade dos que realmente trabalham sobrevive nas atividades empresariais com os seus milhares de empregados.
No ano passado eles elegeram o prefeito Manoel Santana, do PT, que se apresentava como o Salvador da Pátria. Ò exercício do poder tem sido difente das promessas de palanque. O desgaste dele hoje é tão grande que há quem diga que já é uma liderança nati-morta.
E Raimundão, o matuto mais sabido que Autora já deu, está nos bairros cochicando: "Existem 3 coisas que a gente só faz uma vez: nascer,morrer e votar no PT"

Armando Rafael disse...

OBS- Onde escrevi "Autora" leia-se AURORA. Onde consta:"cochicando" leia-se: COCHICHANDO

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Armando: quando você mostra a dinâmica de Juazeiro quase que nas entrelinhas sentimos o conservadorismo político e cultural do Crato. Na verdade Juazeiro já nasceu com a marca da ruptura: ao romper com a Igreja da época, também rompia com a estrutura política dominante, mesmo tendo sido usado para manobras políticas conservadoras. Por exemplo na restauração do Aciolismo (ou derrubada da classe média de Fortaleza no Governo Franco Rabelo e a luta das oligarquias em Hermes da Fonseca). O que mais chama a atenção ao historiador é esta dinâmica de rio se acomodando ao relevo da terra. As rupturas não superam os minutos de uma só vez, vão descendo em busca da gravidade, dos terrenos mais altos até atingir a planície (ou planaltos) dominantes. Uma das coisas mais caras ao livre pensar, ao ousar quebrar as nossas lealdades com o passado é entender o momento em quê o curso das águas estão. De vez em quando você se expressa plenamente deste modo, mas por vezes, especialmente quando quer gozar alguém, você se veste de um "conservadorismo" extremado, crente mesmo de cada fato. Chama-se você para o debate, se torna um bem afiado debatedor, mas honestamente vai mostrando uma ousadia de percepção que só quem está atento compreende. Se fosse usar uma referência nacional, nestas ocasiões você parece o velho direitista e reacionário e, também nordestino Nelson Rodrigues. Nelson não era um apologista da direita, um pensador da direita, pelo contrário era um grande escritor do povo da periferia e seus sofrimentos urbanos. Nelson na verdade era um instigador dos colegas de esquerda. Adorava espicaçar a esquerda. Era um lado crítico da esquerda, com a fantasia da direita.

Por último, só para te dar mais trabalho como se já não os tivesse tanto: gosto muito quando escreves, mesmo para provocar gente que pensa com os mesmos métodos que eu. Acho que perco um pouco disso quando você fica postando a Veja e o blog do Reinaldo pois este pessoal não pensa, apenas usa e atira. Aliás evito muito postar matérias copiadas do meu lado também.

Finalmente mesmo: envie-me um e-mail para atualizar na minha caixa pois o que tenho teu aqui não recebe mais. Eu queria saber se você chegou a postar um texto do Everardo Norões sobre José de Brito.

Armando Rafael disse...

Caro José do Vale,
1 - Você é perspicaz e compreende bem minhas inenções. Apenas foi generoso demais ao lembrar uma mínima semelhança minha como Nelson Rodrigues. Sou admirador deste. Mas, sinceramente, não tenho 1% do talento dele, autor da frase lapidar:"Toda unanimidade é burra";

2 - Não postei nenhum texto do Everardo Norões sobre José de Figueiredo Brito. Li o prefácio (excelente) que o Everardo fez para o livro "José de Figueiredo Brito-Luta e Trajetória". Interessante: só soube deste livro porque o Nezinho (Presidente do ICC) não foi presidir a sessão de lançamento da obra e eu (vice-presidente) tive a satisfação de comandar a solenidade que incluiu a posse de Telma de Figueiredo Brilhante (filha de Zé Figueiredo) no ICC;

3 - E-mail: armando.rafael@terra.com.br

Saúde e Paz!

jflavio disse...

Por que O Santo Padrinho Padre Cícero permite que isso ocorra dentro da cidade santuário? Onde estão os santos, anjos e arcanjos que não intercedem lá de cima para resolver um probleminha tão simples, dentro de uma cidade que é uma verdadeira Meca do Catolicismo ?Não dava só para se fazer uma promessinha , não ? Ou será que tudo que acontece é um castigo pelo emprego dos santos nomes na comercialização ... ?