A reeleição na forma como a era FHC forjou no Brasil é um instrumento antidemocrático. A forma permite a perpetuação de grupos no poder, utilizando-se do próprio para nele permanecer. Esta concessão conservadora inferniza a democracia e realização das bandeiras populares.
Agora, do mesmo campo político daquela época, vem a denúncia contra o terceiro mandato de Lula. Aliás, já reeleito pelo mesmo instrumento. O quê leva a quem ontem lutou por esta solução hoje ser contra? Revisão natural e crítica das velhas posturas?
Nada disso, apenas a velha e manjada impostura da política. A turma da reeleição já mandou e revirou o Brasil de cabeça para baixo. Agora tem dificuldade de formular um projeto alternativo ao Lula.
Mais ainda, tem medo da Dilma. É isso aí, medo de disputar com a novidade de uma mulher candidata (alguém já esqueceu o que fizeram com Roseana Sarney, a primeira a ter chance?) e com a boa avaliação do Lula. Por isso este papo de terceiro mandato como instrumento da oposição.
Outro dia moderei uma postura quanto à questão das vaias dada a Caetano num show, com público de toda a região, que ocorreu em Juazeiro. A posição: a vaia é comum desde os idos dos festivais e que Juazeiro e seu povo tem tanto a ver com a vaia quanto o forró eletrônico tem com uma sinfônica (seria a preferência por este forró o motivo da vaia).
Acontece que o sempre combativo Carlos Rafael veio com os dólares na cueca e o mensalão. Eu sei que se referia aos comentários da emergência do PT em três cidades do Cariri. Compreendo já é o debate eleitoral se aproximando e este é fundamental para o futuro. Vamos todos a ele.
Apenas para um parâmetro: todos os partidos podem almejar a hegemonia na região e a todos os demais cabe dificultar tal possibilidade. É sempre melhor os partidos e seus programas políticos do que políticos salvadores da pátria.
Os dólares na cueca e o Mensalão serão matéria da oposição nas próximas eleições? Claro que combater a contradição do adversário é uma arma política fundamental. Mas estes dois temas ainda terão força nas próximas eleições?
De uma coisa temos certeza. O mundo está numa crise fundamental. Temos uma travessia histórica muito tensa e que irá modificar todo o panorama político, social e econômico. O Brasil passa por outras questões além desta, pois tem um grande fosso social e enormes desequilíbrios.
Pois bem, a esperança é que a oposição ao Lula traga um bom projeto de país e que o lado do governo avance além do que já temos, pois o que temos ainda é insuficiente.
Agora, do mesmo campo político daquela época, vem a denúncia contra o terceiro mandato de Lula. Aliás, já reeleito pelo mesmo instrumento. O quê leva a quem ontem lutou por esta solução hoje ser contra? Revisão natural e crítica das velhas posturas?
Nada disso, apenas a velha e manjada impostura da política. A turma da reeleição já mandou e revirou o Brasil de cabeça para baixo. Agora tem dificuldade de formular um projeto alternativo ao Lula.
Mais ainda, tem medo da Dilma. É isso aí, medo de disputar com a novidade de uma mulher candidata (alguém já esqueceu o que fizeram com Roseana Sarney, a primeira a ter chance?) e com a boa avaliação do Lula. Por isso este papo de terceiro mandato como instrumento da oposição.
Outro dia moderei uma postura quanto à questão das vaias dada a Caetano num show, com público de toda a região, que ocorreu em Juazeiro. A posição: a vaia é comum desde os idos dos festivais e que Juazeiro e seu povo tem tanto a ver com a vaia quanto o forró eletrônico tem com uma sinfônica (seria a preferência por este forró o motivo da vaia).
Acontece que o sempre combativo Carlos Rafael veio com os dólares na cueca e o mensalão. Eu sei que se referia aos comentários da emergência do PT em três cidades do Cariri. Compreendo já é o debate eleitoral se aproximando e este é fundamental para o futuro. Vamos todos a ele.
Apenas para um parâmetro: todos os partidos podem almejar a hegemonia na região e a todos os demais cabe dificultar tal possibilidade. É sempre melhor os partidos e seus programas políticos do que políticos salvadores da pátria.
Os dólares na cueca e o Mensalão serão matéria da oposição nas próximas eleições? Claro que combater a contradição do adversário é uma arma política fundamental. Mas estes dois temas ainda terão força nas próximas eleições?
De uma coisa temos certeza. O mundo está numa crise fundamental. Temos uma travessia histórica muito tensa e que irá modificar todo o panorama político, social e econômico. O Brasil passa por outras questões além desta, pois tem um grande fosso social e enormes desequilíbrios.
Pois bem, a esperança é que a oposição ao Lula traga um bom projeto de país e que o lado do governo avance além do que já temos, pois o que temos ainda é insuficiente.
5 comentários:
Prezado José do Vale,
O PT, quando estava para ser votada a PEC da reeleição proposta (e imposta) pelo governo FHC, se colocou terminante e intransigentemente contra. Lembro que até Lula foi convocado para explicar essa posição da então oposição, acho, que na Comissão de Constituição e Justiça da Congresso. Disse que a reeleição era um golpe nas instituições do Estado de Direito. Quando foi eleito, no entanto, esqueceu suas antigas posições e marchou célere e fogosamente para o segundo mandato que antes duramente espinafrou.
Agora, não se trata mais de um segundo mandato, mas do terceiro. Depois, inevitavelmente, virá a reeleição ad infinitum. E depois, quem sabe, a ditadura plena e indisfarçada.
Se os dólares na cueca e o mensalão serão matérias da oposição na próxima eleição, acho que até podem ser. Mas, creio, não terão nenhum fator de influência na definição do pleito. Até mesmo porque já o foram nas últimas eleições, quando era um "prato ainda quente”, a exemplo do dossiê dos aloprados, que aconteceu na véspera das eleições. Acho que, infelizmente, nada adiantará requentar este prato por demais indigesto. Até mesmo porque já enfiaram um dedo na goela do povo para que ele o regurgitasse, como se fosse apenas um simples sintoma de indisposição estomacal. Tudo isso por que neste país, que lamentavelmente ainda mantém atual aquela velha frase dita por Charles De Gaulle, a memória é curta pela manipulação dos fatos gerados pelos descalabros do governo de plantão.
Quando lembro os dólares na cueca e o mensalão é somente para dizer que tenho, sim, um pouco de memória e procuro contribuir para que todos a tenham.
Os ganhos do comércio,os índices da indústria, o lucro de todos os setores obtido não aparece como mudança de vida da maioria, pois não são revertidos em preços baixos e condições favoráveis para consumidores, cruelmente, o individualismo capitalista.
Bem sabemos que o ganho do governo com impostos tem retornado como benefícios para a população. É bom lembrar como era antes a união de política, economia e jurídico contra o povo, dilapidando o patrimônio...
O problema crucial hoje é o poder paralelo entre economia e política, duas forças, e o controle pode e deve ser dos governos. Pelo menos AGORA no Brasil se um ainda caminha para render mais, o outro a jato para dividir mais. Era pior.
Ora, um país tão futebol, se o time estivesse perdendo, o próprio público se manifestava pra trocar de titular, mas 70% de confiança, ô...
Boa noite.
Sempre quando tem uns ganhando, outros estão perdendo...
Ademais, apesar das constantes metáforas futebolísticas que "o cara" gosta de usar, não estamos falando de uma mera partida de futebol.
Carlos: todo o meu respeito a você e por isso retorno ao tema. Acho que você entendeu claramente a minha posição, sou contra a reeleição nos moldes em que existe. Aliás se não existisse nem estaríamos aqui conversando sobre o assunto, quem especulando sobre ele.
Se o PT é incoerente por se aproveitar de um instituto contra o qual foi oposição, alarguemos o mesmo raciocínio para o PSDB que foi a favor dela e hoje é contra o terceiro mandato. Como vês o problema se encontra mesmo na origem, foi instituir a reeleição em todos os níveis, perpetuando mandatos do município à União.
Por isso, Carlos, tomo como evidência que o PSDB e DEM não têm qualquer sinceridade nesta discussão do terceiro mandato. Eles querem o factóide com o objetivo de esterilizar a candidatura da Dilma. A repercussão da grande mídia, que é oposicionista, ao terceiro mandato é parte desta estratégia de negar tal candidatura. Ou imaginaríamos que a mídia trataria este assunto do terceiro mandato se fosse realmente fato r do modo que a tem tratado? Se fosse para valer mesmo, os deputados signatários, os senadores ou eventuais oportunista do terceiro mandato, estariam sob fogo cruzado da mídia. Escândalos não faltam.
Zé do Vale,
Reitero igualmente o respeito que tenho a você e às idéias que defende, pois considero-as bem intencionadas.
Da mesma forma, afirmo que não quero fazer a defesa do PSDB e do DEM, a respeito do que você chama insinceridade desses partidos (no tocante ao posicionamento sobre o tramado terceiro mandato), só porque você afirmou isso ou porque sou oposição ao governo Lula. Não!
FHC impôs a reeleição somente para um outro mandado subsequente. A base aliada do governo petista (e isso não é factóide) querem prorrogá-la, agora, para um terceiro mandato, o que é um absurdo, independente se o governo está agradando a 70, 80, 90 ou 100%dos eleitores. Quem nos garante que não acontecerá o mesmo que acontece em Cuba e, recentemente, na Venezuela, e descambemos para uma ditadura indisfaçável?
Isto para mim é golpe, puro golpe.
FHC, com todas as mazelas que causou à nação, e foram muitas, e não quero escamoteá-las, não tentou um terceiro mandato, a despeito se as condições conjunturais lhe eram favoráveis ou não.
Ser contra ou não o terceiro mandato, se a PEC do terceiro mandato é viável ou não, se ele é um factóide da imprensa para minar a candidatura de Dilma,- tudo isso nós iremos saber no momento oportuno.
A própria imprensa, que você generaliza como sendo oposicionista (e outros, golpista), já mostrou que, até em termos de prazo para tramitação nas duas casas, é inviável.
Eu sei disso tudo, porém não me furtarei de sempre que o tema for posto em discussão, me posicionar ferrenhamente contra.
Postar um comentário