você com sua voz
vinho cheio de pedras
vindo sobre mim
sobre mim as lança
elas suas lanças
porque existe o medo
você não se contenta
logo me esculhamba
queima os meus poemas
o dedo em riste
você não desiste
porque existe o medo
você cita os franceses
cita os alemães
fina filosofia
porque existe o medo
você traz uma corda
meu pescoço inútil
sem necessidade
porque existe o medo
você traça uma linha
agora são dois lados
você com suas fichas
eu só com a minha
quer vencer o jogo
porque existe o medo
você faz silêncio
depois do sorriso
prepara outro golpe
porque existe o medo
da degradação do tempo
do abismo do tempo
a certeza do tempo
porque você sabe:
o tempo é inimigo da beleza
3 comentários:
Texto cortante,meu amigo...vai fundo,escreves bem.
Reli, e sangro ainda, essa pessoa cruel assim por medo, ela sabe, dá murro em ponta de faca, e não fura o tempo, é isso mesmo...
Marta F.,
valeu pela sua leitura na sintonia do poema.
O medo bem poderia existir sem necessariamente resultar numa situação que coloca as pessoas em dois lados opostos.
O medo enquanto motor de um desejo do dominação.
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