O mundo não está me devendo nada
a noite não está me vivendo
as pessoas vivendo,
o avental me prende pela cintura
há ignorância no isolamento, eu sei e
não saberei o que pensa quem apenas olha
angústia é uma dívida paga a si mesmo
e a rua já deve sentir falta das minhas andanças
tempo de ostra, os pés andando sobre a corda
ensaio é assim, sem platéia, vaias de dentro
a casa da vizinha bem limpinha
escuto a vassoura varrendo
ignoro a falta do pano molhado
no assoalho da minha
e vasculho paredes
faxinas começam do alto
derrubo teias fininhas e caprichadas
a rua acelerada, eu olhando
às vezes...
3 comentários:
Lindo,
lindo,
lindo.
Um carinhoso abraço.
Marta é parte de escritores que aqui frequentam. Trata o cotidiano nas escolhas, escrevem nos deixando a sensação que capturam o texto com os ruidos da vizinhança. Como se viesse desfolhando a alma e de repente são levados por uma barata, uma formiga, uma vizinha varrendo. Cada um no seu universo de estilo, mas muito com esta matéria daquilo acontecendo: Marta, Domingos, Lupeu, Socorro, entre outros.
Lindo é gentileza sua pras minhas trevas, valeu o carinho, brigada.
José do Vale, suas palavras luva pra mão, cajado pra cego(meu estado de espírito anda azedo)...quero agradecer, a leitura de mim fez diferença.
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