o azul que nos teus olhos se desfolha
é a única cópia do céu de que me lembro,
nuvens transidas de desgosto,
onde uma fatia de sol ardia
sobre o amarelo do meu rosto
o azul dos teus olhos foi o meu azar
onde estou?
onde queimei minha alma e a tornei cinzas,
sombra de cinzas?
onde estou, senão no escuro que teus olhos
não alcançam?
estou nu, descalço de mim,
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|trancafiado na tua ausência|
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perdido na linha da calçada,
diante de mil olhos
contemplando migalhas
3 comentários:
Chagas,
Gosto do seu estilo. Limpo, direto, sensível.
Abraço,
Claude
Claude,
A escrita é uma via de mão dupla e perigosa, né.
A gente sempre espera que o texto chegue do outro lado e seja tratado com justiça.
Mas os textos não carregam em si somente aquilo que pensamos ter colocado neles.
Eles se tornam mapas, e dependendo do olhar que sobre eles se lança...
Mas não se pode negar que é sempre bom ser tratado com simpatia.
Fica a impressão de que se fez a coisa na medida certa, não necessariamente a coisa certa.
Por isso eu agradeço a forma generosa com que você faz a leitura.
Abraço.
Chagas,
Sou sincera. Não fui generosa no meu comentário. Se o faço, é porque de fato algo tocou algum ponto de minha sensibilidade. Alguma coisa mexeu com minha alma. E foi isso que se deu.
Creia, gostei deveras. Sem palavras gratuitas, pois não fazem meu estilo.
Encontrei o mapa de suas palavars e no caminho colhi sorrisos.
Abraço,
Claude
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