TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quarto

Tanto tempo dentro do ovo
ao rachar-se a casca
sente frio no ventre
treme o bico -

Imenso o céu,
loucura os telhados.

Aquiete-se, andorinha -
logo mais tarde
as asas crescem,
os olhos enxergam

e se tiver sorte
terá ao entardecer
debaixo da sua árvore

um poeta distraído
com os olhos para o alto.

Mire bem na testa,
lance seu míssil.

Acorde esse covarde
amante da clausura.

Um comentário:

Marcos Vinícius Leonel disse...

grande poeta do cotidiano,
eis a nossa covardia
diante da poesia:
deixarmos que ela
não tome os espaços.

abraços