TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 11 de julho de 2009

Sobrenome

Perdão por essa mente diabólica
e essa alma pura tão enfadonha.

Um ninho de cobra acorda
picando a esponja da pia

e logo que vejo
trata-se de uma passarinho

com os olhinhos tristes
sonhando com a minhoquinha.

Um gigante escamoso trava embate
contra um saltitante homem pequenino
de chapéu verde.

O tempo ferve dentro do meu peito
mel e gordura onde havia sangue.

Perdão por minhas palavras
lascas de gravetos úmidos

que apagam a tocha
do meu silêncio.

Tenho esperança no Vazio
sonho com a definitiva Queda.

Lá do alto o telhado é alegre
mas continua frio.

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