Só sou gente
quando escrevo.
No exato
e improvável momento
em que escrevo.
Fora isso,
sou um verme
e ninguém tem culpa
dos meus sobressaltos
nem pai nem mãe nem filho
nem os meus fantasmas prediletos
pois desde criança
exultava-me
com as paredes
e as sombras do quarto
meu futuro encantado -
esse vazio revelador
tão vistoso e altivo.
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