TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 25 de outubro de 2009

O LINDO PRATEADO DA LUA



Fico parado por muitos instantes
Contemplando a borda oleosa e prateada da lua
E imagino os romances que passaram em baixo de sua luz
Das noites sonolentas e lutas sangrentas
Dos rumores de guerras e das missões destruídas.

Dos sonhos de pessoas e famílias, e de grandes e inesquecíveis amores
Que foram destruídos pelo bater das espadas e das batalhas.

A lua testemunhou o caminho da humanidade
Seu desfecho doloroso
E o cair de braços, pernas, cabeças e esperanças no chão negro de sangue de batalhas estúpidas.

Os passos da humanidade foram dados
Muitos correram precipícios e esmurraram o próprio peito
A chegada de novos tempos difíceis ficou mais claro que a alvorada tão esperada da paz.

As pessoas perderam o ritmo e pararam de correr
E ficaram esperando que alguém viesse salvar o mundo
Como se o mundo fosse digno de salvação.

Apenas lágrimas banhando os suaves rostos de crianças
Que perderam seus pais, a alegria, o sorriso
Das muitas crianças do mundo se perdeu toda a infância
Pois os adultos acabaram com as esperanças e construíram pontes, e estradas e caminhos acimentados

E construíram preconceitos e dificuldades e mentiras
E construíram verdades que nem eles mesmo acreditavam
E o mundo passou o tempo como perdido nas mentiras construídas como verdades
Com símbolos de guerras, presságios de morte e pouquíssima paz.

O tempo escorreu pelos dedos dos homens bons.
Pois quando os bons deixam de acreditar, de lutar, de crer e criticar
Os maus crescem, tomam conta do mundo, mandam
E destroem todo o bom senso.

Um profeta certa vez disse que o mundo só não é melhor porque os medíocres mandam
O mundo assim fica sonolento, perdido em rumos falsos
Inverdades construídas, inventadas,
Assim o mundo se descaracteriza e a maldade segue como bondade.

A lua presenciou as guerras e rumores de guerra
As traições e as falsidades
Presenciou ao mesmo tempo, o bem.

O amor que frutifica nas famílias
Nos abraços e olhares sinceros
E nos laços de amizade.

Nas batalhas travadas por justos motivos
Nas guerras interiores
Nas missões impossíveis pelo bem
No tocar de espadas pela verdade.

A lua presenciou as mentiras e também as verdades. Construídas com esforço e sinceridade de coração.

E o chão nem sempre ficou negro de sangue. Pois onde frutifica o bem, frutifica a paz e a vontade e também a esperança.

A lua e seu prateado são enigmáticos, buscam decifração.
Calada, ela segue seu caminho, clareando vidas e momentos.

A lua continua ali.
E ela ilumina vidas e montes e rios e vales.
E ilumina almas e sua sina de ser rainha da noite não termina.


Imagem: http://delirios2004.blogs.sapo.pt/arquivo/Lua1.jpg

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