TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 4 de outubro de 2009

Pérola Transparente

Tentaste tirar-me
até a Poesia -

o bem valioso
mais que o Vazio.

Falhaste por julgar meu mestre morto.

Precisou apenas inquietude minha
para que a ponte refeita
a margem cuidada
e o rio retornasse
ao seu curso natural.

A maçã é minha,
mordo-a como desejo -
prazerosamente,
dentadas barulhentas.

Não me digas que é pecado
saborear a carne da primavera
deixando rastros com os dentes.

Conquisto as benditas flores da planície
quando pisco no máximo três vezes -

as hastes curvam-se,
as pétalas voam.

3 comentários:

Antonio Sávio disse...

Grade poema domingo, sobretudo pela plástica, pelo visual que remete.

Deoclécio Tadeu Alves Barroso disse...

REALMENTE UM TEXTO QUE REMETE AO ABSURDO DA EXISTÊNCIA NOS SEUS ENIGMAS TRADUZIDOS.... PARABÉNS APRECIO A MANEIRA PECULIAR DO POETA
REVELAR-SE DE MANEIRA TÃO SUTIL...VALEU!! DOMINGOS.

Domingos Barroso disse...

Meu irmão Deoclécio Tadeu
abraço-te a alma...