Quando se aperta inadvertidamente
o tubinho de detergente da cozinha
e sobe repentina aquela bolinha colorida
penso nas coisas simples carregadas de simbolismo.
O assovio ofegante que faz tremer a língua,
o mero agachar-se para vestir uma cueca,
o desodorante dando um banho de gato nas axilas.
Ao nosso redor reina uma cumplicidade momentânea
que não tem hora para acabar nem dia certo para o milagre.
As plantinhas da varanda
não desejam apenas chuva do regador de plástico
também lhe pedem companhia e um silencioso zelo.
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