Finjo não sentir
o enxofre pelas narinas.
Tenho nome de santo
mas o meu coração é indiferente:
corre sangue da pura melancolia.
Quem vence
com a minha morte?
Meus inimigos já deviam saber
que ao morrer deixo minhas botas.
E nem imaginam
quanta devoção lhes tenho.
Só haverá um vencedor
aquele que me torcer o pescoço.
Não sabem eles
que o meu silêncio lhes salva
e ainda lhes oferece
uma nova casa
todas as manhãs.
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