Um casal
Uma carroça
Um jumentinho
Dois sacos cheios
Tilintar de latas
Sacudir de vísceras nas madrugadas
Virar comida de fábrica
Fábrica de indigentes
O poema líquido e espuma
Rótulo de latas geladas
Nação em festa
No vagar descalço de quem quer calçar
Chinelo usado
Ainda esta noite
Eu quis abolir as sandálias
Igualar os pés
A carroça atravessa
Minha vida vidro engolindo imagens
Página de fomes vãs
A toalha de mesa nas costas dos dois
Um alento, dormir abraçados depois...
Um passatempo olhar da janela
A gente que passa
O texto que fica
Não morde nem ladra
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