TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 18 de março de 2010

Seca, problema crônico sem solução


Pedro Esmeraldo

Hoje, 13 de março, observamos que a falta de chuva, acarreta grande impacto no seio da população nordestina. Lamentamos a falta de apoio das autoridades que, pouco a pouco não ligam para atenuar a crise deste imenso semi-árido nordestino. Uns reclamam, choram, vociferam contra as autoridades porque não procuram dar soluções satisfatórias com tecnologia avançada a fim de melhorar as condições climáticas e agrícolas através de uma irrigação, tipo moderna que poderá dar ao homem do campo mais alento e faz desenvolver uma produção agrícola eficiente por meio de trabalho mais atento e produtivo, tentando solucionar, em partes, com modernidade, uma agricultura sadia e progressista.

É uma infâmia, um desdenha, essa falta de apoio moral e técnico ao homem do semi-árido nordestino, já que permanece num trabalho desequilibrado e desarmonioso, conduzindo por uma agricultura rasteira, visto que não cuidam com melhor perfeição o trabalho agrícola e deixam o homem do campo inibido, sem nenhuma capacitação para enfrentar o trabalho. Não preparam o homem do campo para enfrentar a seca; não dão capacitação tecnológica para que venham os camponeses combater em tecnologia avançada no manejo da criação de gado por meio de fenação e silagem. Se assim o fizermos, evitaremos cair num desespero sombrio que leva o homem agrícola a implorar o meio de subsistência para que possa se bater com o trabalho eficiente e eficaz.

Avisamos a essas autoridades que o camponês não deseja esmola, mas deseja trabalhar. Com isso, lembramos uma frase do sanfoneiro Luiz Gonzaga: “- Seu doutor, uma esmola para o homem que é são, ou me mata de vergonha ou vicia o cidadão. Enche os rios de barragem, não esqueça a açudagem, dê comida e preço bom que no fim dessa estiagem lhe pagamos até o juro sem gastar nossa coragem.”

Pensando bem, Senhor Doutor, não precisa tanto exagero desses políticos que só vêm praticar o clientelismo que faz viciar o homem na prática da bandidagem. Queremos barragens, queremos trabalhos, queremos capacitação técnica agrícola, queremos que os técnicos saiam do seu gabinete e percorram o campo, ensinando os homens a praticar trabalhos técnicos, como: irrigação, com segurança, a fim de capacitar para produzir mais pastagens e mais legumes, como: cereais e plantas forrageiras que possam suprir o homem campestre com eficiência no meio de produção e a prática de melhoria de produtividade.

Há necessidade de treinar o homem do campo: ensinando-o a desenvolver com métodos adequados que poderão triunfar com forte produção agrícola e por sua vez acabar o sofrimento desse povo que vive mendigando esmolas, que se torna um filho vergonhoso e deprimente da região.

Antigamente, o nordestino era fortificado pelo plantio do algodão e da cana-de-açúcar. Hoje, o semi-árido nordestino não possui mais esses dois produtos, devido à queda do preço do algodão (exterminado pelo bicudo) e a cana-de-açúcar que se foi para o estaleiro devido à falta de modernização nos engenhos de açúcar do Cariri.

Houve época que dizíamos: a solução de combater a seca do Nordeste era de construção de açudagem que serviriam para irrigar nas áreas de aluvião as plantas gramíneas (arroz e cana-de-açúcar). Agora fazemos uma pergunta: como é que constroem os açudes e não dão ensino técnico ao homem do campo para satisfazer a sua produção agrícola? Onde estamos que não procuramos nos evoluir com mais trabalho moderno e que satisfaça os métodos lucrativos, a fim de tirar o homem do campo do aperreio financeiro e melhorar a situação econômica do homem nordestino? Que país é esse que não olha para o homem e vive praticando o clientelismo dando apoio aos viciados da política e não procuram solucionar o nosso problema?

A pior seca do Crato é a separação do distrito de Ponta da Serra, incentivado por um grupo de homens fracos, conduzidos por uma massa legislativa de deputados falidos que vivem enganando o povo, conduzindo toda a população para o caminho do mal.

Crato, 16 de março de 2010.

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